Da Editoria de Política do JC O PT se uniu em defesa do prefeito João Paulo (PT) no caso Finatec.

Líder da ala interna Unidade na Luta (UL), oposta à do prefeito, o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, saiu ontem em sua defesa contra-atacando.

A exemplo do prefeito, disse que o caso tem viés eleitoral.

Defendeu a contratação da fundação pela PCR e acusou a oposição no Recife de “fraca” e sem foco. “A oposição é extremamente fraca, sem criatividade, está pautada pela imprensa.

Eles querem transformar um fato administrativo em fato eleitoral”, revidou Humberto.

A postura de solidariedade de Humberto a João Paulo se opõe à que o petista adotou, até poucos dias antes do Carnaval, de confronto duro com o prefeito, em função da escolha do nome do PT à sucessão no Recife, João da Costa.

Humberto cassificou como “estranho” o caso Finatec ter explodido em 2008, ano da sucessão, já que a fundação foi contratada em 2002.

Ele considerou “sem consistência e sem fundamento” a acusação de que a PCR faria parte de um esquema para favorecer as empresas Intercop e Camarero & Camarero, ambas de consultoria empresarial. “Isso é pano de fundo para atingir a gestão, já que não atingem de outra forma”.

Secretário de Saúde do Recife, entre 2001 e 2002, Humberto afirmou que teve “pouco contato” com a Finatec.

Avaliou, porém, como positiva a consultoria. “Não é a toa que a gestão (de João Paulo) é muito bem avaliada”, defendeu.

Um dos êxitos da administração, segundo ele, foi a reforma administrativa.

Na mesma linha, o presidente estadual do PT, Jorge Perez, tachou o caso de “denuncismo”.

Ele afirma que a PCR agiu dentro da legalidade na contratação.

E, como Humberto, não acredita que o episódio contamine a gestão ou a pré-candidatura de João da Costa. “A sociedade está calejada com esse tipo de denúncia, não vai se levar por isso.

Ela quer é debater propostas”, advertiu.

Perez também centrou fogo na oposição do Recife.

Segundo ele, falta-lhe representatividade na sociedade. “Por isso eles têm que surfar numa denúncia da imprensa para poder mostrar trabalho.

Eles não têm expressão política, ressonância na sociedade nem propostas melhores que as do PT”, disse.

A prova da falta de representatividade social, de acordo com Perez, está no fato da oposição ter denunciado o caso, em 2005, e até agora não houve mobilização na sociedade.

Ao defender o prefeito, Perez tratou como “águas passadas” a recente disputa do seu grupo (UL) com o de João Paulo pela indicação do candidato às eleições.