De Veja As Nações Unidas (ONU) examinaram nos últimos anos uma série de documentos e dados sobre o respeito aos direitos humanos no Brasil, como parte de uma iniciativa que vai revisar as condutas de todos os seu 192 países membros nesta área.
Descobriu que a população do país é racista, e as autoridades, além de corruptas, abusam da violência.
A radiografia do Brasil feita pela ONU detectou ainda uma altíssima desigualdade social, e impunidade recorrente no tratamento do crime.
Em 2005, a entidade recomendara que o país combatesse a impunidade no sistema judiciário, a expulsão de indígenas de suas terras, a tortura e a superlotação nas prisões.
Dois anos depois, nada mudou, segundo a ONU.
A violência no Brasil atinge cada vez mais pessoas, e o respeito aos direitos humanos está longe de ser algo perceptível.
Homicídios de adolescentes – “A violência em todas as idades aumentou na última década, transformando o assunto em um dos mais sérios desafios enfrentados pelo país.
Os homicídios de adolescentes entre 15 e 19 anos aumentaram quatro vezes nas últimas duas décadas, atingindo 7.900 em 2003”, diz um relatório do Unicef anexado ao documento da ONU.
As disparidades sociais também integram a lista de preocupações da entidade.
Segundo o Unicef, 50 milhões de pessoas no Brasil vivem na pobreza – o país está entre os cinco mais desiguais do planeta.
As Nações Unidas reconhecem os “esforços feitos para reformar o Judiciário e aumentar sua eficiência”, mas afirmam continuar preocupadas com a “interferência” da corrupção na Justiça brasileira.
O relatório ainda alerta para os altos índices de discriminação racial e também sexual.
Debates – As conclusões da entidade fazem parte de um programa chamado Revisão Periódica Universal, estratégia adotada pela ONU a partir de 2006 para forçar governos a tomarem medidas para lidar com as violações dos direitos humanos.
A idéia é examinar a situação em cada nação, e levá-la para debate no Conselho de Direitos Humanos da entidade.
O Brasil foi um dos primeiros países escolhidos para passar pelo processo: seu caso será discutido no próximo dia 14 de abril.
Nesta data, a entidade levará à mesa as informações contidas na compilação elaborada pelo escritório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, a partir das visitas de seus relatores especiais ao Brasil nos últimos anos.
Também foram utilizadas avaliações feitas por várias instituições ligadas à ONU, como ONGs.