O prefeito João Paulo disse nesta terça (26) que as acusações levantadas pela revista Época em sua edição desta semana sobre o contrato de prefeituras petistas - incluindo a do Recife - com a Finatec (fundação ligada à Universidade de Brasília) fazem parte de uma ação política para atingir as administrações do PT. “É uma manobra política no sentido de desgastar o nosso governo e as gestões do PT”, analisou o prefeito, na sede da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), onde participou de seminário sobre o papel dos municípios na política de segurança do Estado.

Ele voltou a reclamar da revista por não ter publicado os esclarecimentos da prefeitura sobre o contrato. “A Época não publicou uma linha da nossa defesa”, lamentou.

O prefeito lembrou, por exemplo, que a a fundação firmou “uma infinidade de contratos” com outros órgãos da administração pública no País antes de prestar a consultoria em gestão para a PCR.

João Paulo elogiou o trabalho desenvolvido pela fundação.

Mas não quis entrar no mérito sobre a legalidade da instituição subcontratar uma empresa privada (a Intercorp, dos empresários Luís Lima e Eduardo Grin) para fazer a consultoria. “Não vou responder pela gestão da Finatec em Brasília.

Não tenho nada a ver com a maneira como o a fundação adquiriu seu produto.

Contratamos um projeto de reforma administrativa.

Isso nós tivemos”, afirmou. “A Finatec é que vai responder.

Eu não tenho nada a ver com isso”, analisou.

Para o prefeito, o assunto é requentado. “Já apresentamos as explicações, no início, ao Ministério Público do Estado (MPPE) e ao TCE”, disse.

O contrato da PCR com a Finatec para melhoria do modelo de gestão teve início em 2002.

Em 2003, o MPPE abriu procedimento de investigação e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) uma auditoria especial.

Daqui a pouco, mais informações sobre as investigações.

O prefeito concede entrevista coletiva em instantes.

Deve falar novamente sobre o assunto, que está ganhando corpo.

Estamos acompanhando.

ENTENDA O CASO A matéria da Época foi feita com base em investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

A Finatec financiou irregularmente o mobiliário do apartamento do reitor da UnB, Timothy Mulholland, gastando R$ 470 mil com móveis de luxo.

O MPDFT também questionou os contratos estabelecidos com as prefeituras do Recife, São Paulo, Vitória, Fortaleza, Nova Iguaçu e Maringá, além do governo do Piauí – todos petistas.

Como fundação ligada a Universidade, a Finatec poderia ser contratada com dispensa de licitação, através da Lei n° 8.666, de 1993.

Mas acabou subcontratando serviços de consultoria de duas empresas privadas: Intercorp Consultoria Empresarial e Camarero & Camarero Consultoria Empresarial, pertencentes ao casal Luís Antônio Lima e Flávia Camarero.

Lima participou como voluntário da transição do governo FHC para a administração Lula e teria ligações pessoais com membros do PT.

Embora a revista Época tenha retomada agora a questão dos contratos entre a Finatec e as administrações petistas, o Jornal do Commercio já havia levantado o debate sobre o assunto, no Recife, desde 2003, ainda no princípio do contrato entre a PCR e a fundação.