Do UOL A frustração de expectativas com o mercado de álcool teve reflexos em projetos que constam do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Um dos projetos importantes para o escoamento da produção para o mercado externo, um duto ligando Goiânia (GO) ao porto de Paranaguá (PR), não tem mais data para conclusão e agora é considerado “preocupante” (selo vermelho).
Até setembro do ano passado, a obra tinha um selo verde, que caracteriza os projetos que estão andando em ritmo adequado.
Na ocasião, a expectativa do governo era que o duto, de 1.412 km, começasse a operar em setembro de 2011.
A Petrobras, responsável pela obra, não incluiu o empreendimento em seu plano de negócios.
De acordo com o governo, ainda não foi confirmada a viabilidade econômica do negócio.
Outro duto de escoamento de álcool, o que ligará a cidade de Senador Canedo (GO) ao porto de São Sebastião (SP), está atrasado.
Em setembro do ano passado, a expectativa era que a obra ficasse pronta em dezembro de 2010.
Agora, não há mais uma data precisa.
O governo registra apenas que a obra deverá ficar pronta “após 2010”.
Ainda assim, o projeto foi classificado, no balanço divulgado em janeiro, com o selo verde (andamento adequado).
O duto, se concluído, terá 1.171 km de extensão.
A obra, a cargo da Petrobras, está orçada em R$ 2,42 bilhões.
A Petrobras informou que não desistiu do duto ligando Goiânia a Paranaguá.
Segundo a empresa, o projeto está em fase de avaliação e só entrará no plano de negócios se tiver sua viabilidade econômica confirmada.
A empresa informou ainda que seus projetos envolvendo álcool seguem normalmente dentro do cronograma previsto para cada um.
As exportações de álcool caíram 14% -de 3,6 bilhões de litros em 2006 para 3,2 bilhões de litros em 2007.
Estudo do BNDES admite possibilidade de excedente de produção de 10% até 2010, a depender da evolução do preço da gasolina.
A partir de 2010, segundo o banco, deverá haver um longo ciclo de crescimento sustentado, principalmente, pelo mercado interno.
No balanço do ano de 2007, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) registrou que o setor sucroalcooleiro teve queda no valor do preço de exportação tanto do açúcar quanto do álcool.
O motivo foi o aumento da oferta do produto no mercado.
Em 2006, segundo a CNA, o valor da tonelada de açúcar foi negociado a US$ 327 e o do álcool, a US$ 587.
No ano passado, os preços caíram para US$ 263 e US$ 523, respectivamente.