Da BBC A eleição de Raúl Castro, o irmão mais novo de Fidel, para a presidência de Cuba, “afasta as esperanças na ilha comunista de que uma geração mais jovem assuma o poder”, segundo a edição desta segunda-feira do jornal americano The New York Times. “Em suas primeiras palavras como presidente, Castro deixou claro que não vai fazer mudanças radicais e prometeu consultar seu irmão em todos os assuntos importantes.” Mas para o NYT, a eleição marca uma mudança na história cubana. “Pela primeira vez desde que Fidel Castro assumiu o poder em 1959 o governo está nas mãos de um líder diferente, um oficial militar pragmático a quem faltam o carisma e ego de Fidel.

Raúl Castro tem a reputação de construir o consenso, um homem que ouve atentamente seus assessores, delega autoridade e mantém seus subordinados responsáveis por seus atos.” A reportagem comenta que Raúl Castro disse que o governo precisa de algumas mudanças para sobreviver à nova era, mas alerta que “outras ações da Assembléia garantiram que o poder continue nas mãos da velha guarda cubana” - em alusão a José Ramón Machado Ventura, de 76 anos, eleito um dos vice-presidentes e que tem reputação de comunista linha-dura fiel aos irmãos Castro.

O NYT afirma ainda que, segundo analistas, em certos aspectos, quem está à frente da Presidência de Cuba não faz a menor diferença. “Fidel Castro continua sendo o chefe do Partido Comunista, por lei a maior autoridade” em Cuba.