São Paulo - Agentes da Polícia Federal (PF) foram mobilizados hoje (25) para desmontar a ação de uma quadrilha que teria obtido a soma de US$ 50 milhões em crimes financeiros contra investidores estrangeiros.

Os fraudadores lesaram pessoas físicas e jurídicas de diversos países, principalmente da Inglaterra, Espanha, Austrália, Estados Unidos e alguns países da Ásia, conforme nota distribuída à imprensa pela Polícia Federal.

A operação, denominada Pirita, foi montada em conjunto com FBI (sigla em inglês para Departamento Federal de Investigação), que cumpriu dois mandados de prisão contra brasileiros, em Miami.

No Brasil, a ação ocorre em nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, onde deverão ser cumpridos 27 mandados de prisão temporária, três mandados de prisão preventiva e 35 ordens de busca e apreensão.

De acordo com o comunicado da PF, para atrair as suas vítimas os criminosos utilizavam recursos sofisticados, com a criação de empresas fantasmas.

Eles forjaram sites “de falsas empresas de fusões e aquisições, agências reguladoras, americanas e asiáticas, e diversos contratos e documentos para ludibriar estrangeiros possuidores de ações com baixa liquidez”.

Os negócios concentravam-se em São Paulo e há pouco tempo o escritório foi transferido para Buenos Aires, na Argentina.

De acordo com a PF, operadores de telemarkenting ofereciam condições irrecusáveis para a compra dessas ações.

Quem caía no golpe fazia o depósito antecipado de taxas de corretagem (pagas a corretoras) e impostos, acreditando na promessa de restituição de todo o valor pago.

O dinheiro era transferido para contas abertas nos Estados Unidos pelos integrantes do núcleo da quadrilha.

Em seguida, os fraudadores repassavam o valor para várias outras contas e assim evitavam ser descobertos.

Os crimes praticados com a ajuda de doleiros já vinham ocorrendo há pelo menos cinco anos no exterior e há três anos no Brasil.

Ainda conforme a nota, os principais crimes cometidos pela quadrilha são estelionato, evasão de divisas e operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Os acusados podem pegar até 33 anos de prisão.