Por Raul Henry* Comecei minha militância política no movimento estudantil.
Desde cedo entendi que a política é o instrumento mais efetivo para transformar a sociedade em que vivemos.
Este é um ideal que não podemos perder de vista.
A minha primeira vinculação partidária, ainda na Universidade Federal de Pernambuco, foi num partido clandestino, perseguido pela ditadura.
Depois trabalhei com o movimento sindical, na Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco).
Em 1985, engajei-me na campanha de Jarbas Vasconcelos à Prefeitura do Recife.
Nesse período, tive a oportunidade de participar das duas administrações municipais de Jarbas.
Ambas reconhecidas pelos institutos de pesquisa como a melhor do Brasil, cada uma em seu tempo.
Depois integrei, como vice-prefeito, a chapa de Roberto Magalhães, na condição de representante do meu partido, o PMDB.
Na Prefeitura, o mais longo tempo que trabalhei foi na área da Cultura.
Lá tive a oportunidade de realizar a descentralização do carnaval; a revitalização do Bairro do Recife e do Pátio de São Pedro; a recuperação dos teatros Santa Isabel, Parque e Apolo-Hermilo; a criação do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães; os festivais de dança e teatro; o Recifrevoé, entre outras ações.
Algumas destas iniciativas permanecem no calendário cultural da cidade até hoje.
Também tive o privilégio de trabalhar nas duas gestões estaduais de Jarbas nas pastas da Educação e do Planejamento.
Na educação, implementei os programas Rumo à Universidade, Avançar, Escola Democrática, entre outros.
No âmbito do meu partido, o PMDB, sempre dei demonstrações da minha capacidade de renunciar a projetos pessoais, quando o interesse coletivo exigiu de mim essa atitude.
Foi assim em 2000 e em 2004.
Há tempo venho me preparando para oferecer meu nome ao partido para disputar a Prefeitura do Recife.
Agora esse momento chegou.
Desde 1985, tenho envolvimento com as questões da cidade.
Durante todos esses anos, tenho andado e convivido com os problemas da nossa população.
Nesse esforço de aprendizado e de reflexões sobre nossas dificuldades, venho me debruçando sobre as soluções adotadas em cidades do Brasil e de outros países em desenvolvimento, cuja dimensão e perfil são próximos ao do Recife.
Tenho hoje a convicção formada de que, para enfrentar as duas maiores chagas dos centros urbanos brasileiros, a violência e o desemprego, é necessário a realização de um projeto baseado em novos paradigmas.
Precisamos investir prioritariamente em gente.
Temos que garantir às pessoas o acesso à cidadania e a qualificação para os novos desafios do mercado de trabalho.
Este investimento nas pessoas deve se iniciar na primeira infância, passar pelo ensino fundamental com ênfase no período de alfabetização das crianças, e ter um esforço concentrado na fase da adolescência e da juventude. É urgente oferecer esperança aos nossos jovens.
As políticas públicas para esse fim devem se basear na oferta de cultura, esportes, lazer e, sobretudo, qualificação profissional.
No Brasil, falta mão de obra qualificada e ao mesmo tempo sobra uma legião de jovens desempregados pelas ruas.
No Recife, essa absurda realidade salta aos nossos olhos.
A Prefeitura precisa exercer o seu papel e encarar esse desafio. É preciso eleger corretamente, ao lado da população, as prioridades do Recife.
Os investimentos preferenciais têm que ser realizados nas áreas mais pobres, com a urbanização e a implantação de equipamentos sociais de alto padrão.
Além disso, deve-se melhorar substancialmente o funcionamento do sistema municipal de saúde, objeto de críticas generalizadas da população. É necessário também investir em saneamento para proporcionar uma vida mais saudável e ter um meio-ambiente mais limpo.
A atual gestão da Prefeitura teve oito anos para executar suas idéias.
Mas os resultados estão muito aquém das necessidades do nosso povo. É chegada a hora de um projeto novo e verdadeiramente transformador para o Recife.
PS: deputado federal pelo PMDB, publica às sextas no Blog, dentro da série com os prefeituráveis “Recife 2008”.