Por Divane Carvalho, em seu blog Com aquele seu jeito meio estabanado de dizer o que pensa, Sílvio Costa (PMN) surpreendeu muita gente, ontem, ao afirmar que Jarbas Vasconcelos (PMDB), Sérgio Guerra (PSDB) e Roberto Freire (PPS) se uniram para isolar Mendonça Filho (DEM) na corrida pela Prefeitura do Recife que está apenas começando.

A afirmação do deputado se encaixa direitinho no cenário idealizado há alguns dias em Brasília, onde o ex-governador, o senador tucano e o pós-comunista montaram uma trincheira, digamos assim, para atirar em dois alvos que consideram perigosos: Mendonça Filho e Carlos Eduardo Cadoca (PSC).

Mendoncinha, porque aparece bem avaliado nas pesquisas realizadas entre os pré-candidatos.

Na cabeça dos três lá de cima, isso seria uma grande ameaça para Raul Henry que vai disputar a eleição pelo PMDB - por imposição de Jarbas Vasconcelos - porque teria votos exatamente entre os eleitores do peemedebista.

Com Cadoca a história é mais complicada.

Pois além de também ser bem avaliado nas pesquisas, ele deixou de ser jarbista e peemedebista, filiou-se a um partido da base aliada do presidente Lula e, o mais grave, sua pré-candidatura a prefeito do Recife tem a simpatia do governador Eduardo Campos (PSB) e de muito socialistas.

A parte final é a que mais incomoda o ex-governador Jarbas Vasconcelos.

Rancoroso, vingativo, acostumado a fazer política destilando raiva, ele não se conforma com a saída de Cadoca do PMDB, mesmo sabendo que o antigo companheiro saiu porque não teve o apoio dele para disputar a Prefeitura do Recife.

A raiva aumentou quando Eduardo Campos entrou em cena e deu sinais de aproximação com Cadoca e de que, dependendo das circunstâncias, poderia sim, apoiar o candidato na eleição de outubro.

Foi o suficiente para Roberto Freire - que não tem voto e é suplente de Jarbas Vasconcelos - ser escalado para desqualificar a candidatura de Cadoca.

Um esquema antigo dos jarbistas que estão acostumados a fazer isso se escondendo atrás de marqueteiros.

Ou de políticos como Freire, que se sujeitam a esse tipo de serviço.

Cadoca já deu um chega pra lá em Roberto Freire.

Lembrou que tem votos e prestígio no Recife, ao contrário do presidente do PPS, e toda vez que a turminha enjoada de Jarbas Vasconcelos ensaia desqualificá-lo, ele “bate pesado” e não leva desaforo pra casa.

Com Mendonça Filho é diferente.

Ele que está cada vez mais calado, até agora não reagiu às armações que vêm sendo feitas pelo trio que se julga tampa de fogareiro.

Pelo contrário, até firmou um pacto de não agressão com Jarbas Vasconcelos na campanha eleitoral e, pasmem: os dois deram entrevistas dizendo que o candidato do PT, João da Costa, vai para o segundo turno.

A declaração surpreendeu todo mundo.

Porque em vez de reduzir a importância do maior adversário dos dois, eles qualificaram o petista.

Como se fossem cabos eleitorais do candidato do prefeito João Paulo.

Ou Mendonça Filho acorda e começa reagir, ou novamente o ex-governador Jarbas Vasconcelos pode dificultar bastante sua campanha, como já fez na última eleição, para governador, quando era o favorito e terminou sendo derrotado por Eduardo Campos.

PS: Os grifos são do blogueiro, com o claro intuíto de acirrar os animos e estimular a divergência, como pregava João Paulo, antes de ser zen na vida.