Da editoria de Política do JC “Tentam desqualificar minha candidatura”.
Assim reagiu ontem o deputado Carlos Eduardo Cadoca (PSC) à avaliação do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), seu ex-aliado, à sua pré-candidatura a prefeito do Recife.
Em entrevista ao JC, no último domingo, Jarbas considerou frágil a posição política de Cadoca por ele ter “mudado de lado”.
Classificou-o como postulante governista, que “terá que se explicar na campanha” por ter feito oposição à gestão João Paulo (PT).
Para o deputado, essa avaliação faz parte de uma tática de Jarbas para minar sua candidatura, depois de o senador cometer o “equívoco” de não tê-la discutido no PMDB. “Como minha candidatura está com boa aceitação, começa o jogo para tentar me desqualificar. (…) Não interessa a ele (Jarbas) que minha candidatura se projete.
Ele é que fez uma avaliação equivocada quando recusou discutir no PMDB a colocação do meu nome”, afirmou Cadoca.
O deputado asseverou que sua pré-candidatura é de oposição ao prefeito João Paulo (PT).
E que veio a público reafirmar sua posição para pôr fim às especulações sobre sua postura política, insinuando que não cabe a Jarbas definir quem é oposicionista. “Algumas pessoas se acham donas da oposição”, alfinetou.
As críticas do senador ao deputado se devem aos seguintes motivos: Cadoca está na base do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados e se aproximou do governador Eduardo Campos (PSB) depois de romper com o PMDB.
Cadoca disse não ver problema em ser aliado do PT no plano nacional e oposição ao partido no Recife. “Meu debate aqui é sobre os problemas da cidade”, argumentou.
E garantiu que apenas mantém um bom relacionamento pessoal com Eduardo. “O governador sabe do meu posicionamento político na disputa (pela Prefeitura)”, afirmou. “Ter bom relacionamento com o governador não quer dizer que eu seja governista.
Ele (Jarbas), por exemplo, elogiou muito o prefeito (João Paulo)”, ironizou.
Embora se afirme como oposição a João Paulo, Cadoca garante que assumirá uma postura de “oposição propositiva”.
Quando indagado onde estão os equívocos do petista na Prefeitura, porém, se esquiva em apontá-los. “Não vou abrir a campanha agora”, justificou.
Ele apenas analisa, de forma superficial, a atual gestão. “Essa administração é muito longa.
A primeira (2001/2004) foi extremamente pobre, até medíocre em muitas áreas.
Mas na segunda (2005/2008), tem muita coisa boa, apesar de ter muito a ser feito e várias coisas que começaram errado”, avaliou.