Por Eduardo Machado Enquanto os oficiais arrumam as malas para a viagem milionária, 170 soldados que foram convocados desde 17 de janeiro para fazer o curso para cabos, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar (Cfap), não assistiram a nenhuma aula.
Os soldados, a maioria de batalhões do interior, tiveram que se mudar para o Recife à espera do curso, que iria durar 45 dias, mas até hoje aguardam o início da capacitação.
Segundo o diretor de Imprensa da Associação de Cabos e Soldados, Luís Melo, os soldados convocados para o curso estão passando necessidades.
Eles teriam vindo para o Recife com a idéia de que ficariam apenas um mês e meio, mas 30 dias depois nem iniciaram o curso. “Não há uma explicação concreta.
Dizem apenas que os instrutores estariam sem receber e, por isso, não iniciaram as turmas.
Enquanto isso, quem alugou uma casa e fez previsão de despesas está vendo o prejuízo crescer.
E o pior, sem a perspectiva de melhorar”, avaliou Luís Melo. “Eu já contava que em dois meses teria um aumento no salário e passaria apenas 45 dias fora de casa.
Só que nas vezes que fomos ao Cfap mandaram a gente fazer faxina.
Nada de aula”, revelou um dos alunos do curso, que pediu para não ser identificado.
Enquanto as aulas do curso para cabo não começam, os 170 alunos foram deslocados para substituir os Guardas Especiais Temporários (Gets), cujo contrato com o governo do Estado expirou no início do ano, na segurança externa dos presídios pernambucanos. “Não há falta de recursos para realizar o curso para cabo.
Já formamos três turmas e para começar as aulas dessa última falta apenas a liberação do Instituto de Recursos Humanos do Estado”, explicou Manoel Caetano.
O Gerente da SDS não soube dizer quanto custa cada módulo do curso para cabo, mas estimou o valor da última capacitação em R$ 200 mil. “É um valor gasto basicamente com o pagamento dos instrutores”.