Da Sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo O Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou por meio de uma liminar o afastamento de todos os diretores da fundação que pagou móveis e objetos de luxo para o apartamento funcional do reitor da UnB (Universidade de Brasília), Timothy Mulholland.
A decisão definitiva ainda não tem data para ser proferida.
Ontem, policiais militares impediam a entrada de qualquer pessoa no prédio da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos).
O objetivo era impedir a retirada de documentos do edifício.
O advogado da fundação, Francisco Caputo Neto, foi até lá para tentar liberar a entrada de funcionários e diretores.
Neto afirmou que irá pedir à juíza a saída dos policiais, já que ela não está prevista na liminar.
A decisão da juíza nomeia um interventor para dirigir a fundação, o administrador Luiz Augusto Souza Fróes, indicado pelo Ministério Público, que receberá R$ 15 mil mensais.
Os antigos dirigentes -Antônio Manoel Dias Henriques, Nelson Martin, Carlos Alberto Bezerra Tomaz, Guilherme Sales Soares de Azevedo Melo e André Pacheco de Assis- são professores da UnB.
A verba para equipar o apartamento do reitor e comprar um Honda Civic de R$ 72.200 foi passada à universidade pela Finatec por meio de um fundo de apoio institucional à UnB.
Segundo a universidade, é a própria administração da UnB que decide o que comprar.
Os gastos com o Honda Civic e com o apartamento funcional -desocupado na última terça-feira- ficaram sob a rubrica de “desenvolvimento institucional”, segundo a assessoria.
Diretores da Finatec também usaram verba da fundação em bares e restaurantes de luxo, segundo o Ministério Público.
A promotoria afirma que todo o dinheiro deveria ter sido direcionado à pesquisa.
Ainda segundo os promotores, a Finatec desviou-se da finalidade para a qual foi criada em 1992, ao deixar de direcionar suas atividades para projetos acadêmicos.
O advogado da fundação reclamou das denúncias da promotoria. “A decisão judicial vai ser cumprida, mas os diretores receberam com preocupação a liminar, porque ela não tem nenhum fundamento”, disse Caputo Neto.