O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, desqualificou o movimento de artistas contrários à transposição do rio São Francisco, que protagonizou, em Brasília, um bate-boca com o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) sobre o assunto.

Para Geddel, tal movimento nem existe. “Aqueles dois que estavam lá na audiência ontem?

Eu nem vi”, disse, em visita a Fortaleza. “Aqueles dois” citados pelo ministro eram três: os atores Letícia Sabatella, Osmar Prado e Carlos Vereza.

Além dos artistas, também falou o bispo dom Luiz Cappio, que fez duas greves de fome para tentar impedir a obra.

Na discussão com a atriz, Ciro, pré-candidato a presidente em 2010, chegou a se comparar a ela: “Eu, ao meu jeito, escolhi a opção de meter a mão na massa, às vezes suja de cocô, mas minha cabeça, não”.

Para Geddel, Ciro fez seu discurso “com brilhantismo” e demonstrou o quanto a obra é importante.

Geddel esteve ontem em Fortaleza para anunciar investimentos de R$ 500 milhões para a construção de barragens e projetos de irrigação.

Em entrevista, ele afirmou que já não há mais resistência política à transposição, como havia até pouco tempo atrás, especialmente de políticos da Bahia, de Sergipe e de Alagoas, “doadores” de água.

Ele próprio, baiano, era contra, mas mudou de idéia assim que assumiu o ministério, no ano passado. “Pensavam que eu era intransigente, fechado, inelutavelmente contra a obra por ser baiano, mas não sou assim.” Para ele, as pessoas que ainda demonstram ser contrárias ao projeto não discutem com boa-fé. “Essa obra é irreversível”, afirmou.

Da Folha de São Paulo