Magalhães pessimista com 2010 Por Inaldo Sampaio, da coluna Pinga-Fogo, no JC Assim que o deputado José Aníbal venceu a eleição para líder do PSDB na Câmara Federal, o deputado Roberto Magalhães procurou-o, em Brasília, com esta preocupação: - “Qual será o nosso discurso no Nordeste na eleição presidencial de 2010?” Magalhães está pessimista com a chance de vitória do candidato do PSDB na segunda mais populosa região do país devido ao efeito eleitoral do “bolsa-família” - um dos maiores programas de distribuição de renda do planeta - e disse isto ao líder tucano.

Pouco importa, acrescentou, que o programa tenha o seu lado “eleitoreiro”.

O fato é que, como nordestino, não pode se opor a um programa social de combate à fome, que está beneficiando diretamente cerca de 11 milhões de famílias (dados de 2007).

O deputado tomou um susto quando teve acesso aos dados de Pernambuco: quase 1 milhão de famílias inscritas no programa, o que representou um repasse em 2007 de quase R$ 500 milhões.

E teme que o candidato do PSDB venha ao Nordeste em campanha em 2010 sem ter o que dizer aos nordestinos.

Magalhães já tinha sido alertado pelo ex-deputado Ney Lopes (DEM-RN) de que enquanto o “bolsa-família” estiver sendo pago, nem o presidente Lula nem os candidatos que ele apoiar perderão eleições nesta região, e está quase convencido de que o colega tem razão.

Para ele, o programa institucionalizou-se e já é mais forte eleitoralmente do que o próprio presidente Lula.

Que, com a economia organizada e o nível de emprego em ascensão, poderá eleger tranqüilamente o candidato que bem entender.