O colunistas Josias de Souza, da Folha de S.

Paulo, lembra em seu blog, neste domingo (17), que todo o barulho criado em torno da CPI dos Cartões Corporativos está ajudando a criar uma cápsula de silêncio sobre outra importantíssima Comissão Parlamentar de Inquérito: a das ONGs, criada para investigar irregularidades no repasse de dinheiro do Tesouro Nacional para entidades não-governamentais.

A história envolve R$ 32 bilhões, repassados entre 99 e 2006 (portanto, já incluindo o governo FHC no imbróglio), para benefício de 7.670 entidades no País - desde sindicatos a organizações indigenistas.

E para variar, entre os suspeitos de levar vantagem, aparecem nobres parlamentares.

Josias lembra que, nas denúncias sobre os cartões corporativos, destacaram-se os gastos pessoais da ex-ministra da Integração Racial, Matilde Ribeiro - que pagou, por exemplo, R$ 416,16 em um free shop - e do ministro dos Esportes Orlando Silva - que comeu uma tapioca por R$ 8,30.

Somando tudo o que o governo desembolsou, entre 2001 e 2007, através dos chamados suprimentos de fundo (contas B e cartões corporativos), o montante chega a R$ 1,1 bilhão.

Enquanto isso, os R$ 32 bi das ONGs vão ficando esquecidos.

Depois de cinco meses de sua instalação, a CPI não levou a lugar algum.

O governo Lula tem sete dos 11 assentos na comissão.

Entre as milhares de entidades investigadas, brilham nomes como CUT, Força Sindical, Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos do Complexo de Manguinhos e Associação Nacional dos Sindicatos Social-Democratas.

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