A partir de agora, o presidente será informado todos os dias sobre o andamento das investigações relativas ao furto de dados sigilosos da Petrobras quando estavam sob a guarda da Halliburton - multinacional com sede nos Estados Unidos, ligada ao ao vice-presidente norte-americano Dick Cheney e segunda maior empresa do mundo na prestação de serviços à área petrolífera.

Caberá ao ministro da Justiça Tarso Genro a tarefa de manter o presidente informado sobre o caso, transferido para a da cúpula da Polícia Federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que o furto de quatro computadores da Petrobras é uma sabotagem.

De Punta Arenas, no Chile, Lula comentou hoje com auxiliares não acreditar na hipótese de “um simples roubo” de laptops. “Isso é muito estranho”, disse ele.

Em conversas reservadas, Lula afirmou que o sumiço de informações estratégicas da Petrobras não pode ser tratado como um caso qualquer, pois há “fortes indícios” de espionagem industrial.

Para o governo, o fato de o furto ocorrer no momento da descoberta de reservas petrolíferas importantes pela estatal e às vésperas de novos leilões de blocos de jazidas com elevado potencial não é coincidência.

Lula exigiu que o caso seja apurado com rigor. “Por enquanto é uma questão de polícia.

O governo não pode brincar em serviço.

Se for um caso de segurança nacional, terá que ser enfrentado”, disse hoje o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

A investigação do sumiço está classificada como prioridade pela direção-geral da PF, que decidiu formar uma força-tarefa em torno do caso.

A delegada Carla Dolinski, titular do inquérito, terá sua equipe reforçada nos próximos dias por pelo menos mais um delegado pinçado da Superintendência do Rio de Janeiro.

Carla foi orientada a apressar o levantamento das informações iniciais sobre o furto para que a investigação produza resultados o mais rápido possível.

Com a Agência Estado.