Por Cecília Ramos Da editoria de Política do JC Sem alarde, o prefeito João Paulo (PT) se encontrou com o governador Eduardo Campos (PSB) para tratar de sucessão municipal, quinta-feira passada, no Palácio das Princesas.
Foi a primeira vez que ambos conversaram sobre o processo sucessório após a atribulada definição de João da Costa como pré-candidato do PT à Prefeitura do Recife.
João Paulo almoçou com Eduardo, no Palácio, onde permaneceu das 12h às 16h.
O encontro ocorreu no mesmo dia em que o governador se reuniu com o núcleo duro do governo estadual para planejar a reunião com o secretariado, na próxima semana.
Ontem, durante ato administrativo no Palácio, o governador revelou o encontro mas resumiu a conversa admitindo apenas ter tratado de sucessão com o prefeito.
Questionado se João da Costa é o candidato que o PSB vai apoiar, ele despistou, repetindo que ainda não é o “momento certo” para se pronunciar. “No momento que eu for falar os gravadores (dos repórteres) não vão dar conta”, brincou Eduardo, sugerindo que sua fala será longa. “Estou acompanhando o processo.
Ontem (quinta) estive com João Paulo e conversamos sobre sucessão.
Ainda é o momento dele conversar com os partidos aliados”, completou.
Eduardo não quer interferir, deixando João Paulo à vontade para não ser cobrado futuramente.
O próprio governador já declarou que quando for sua vez quer comandar a condução da sua sucessão sem interferências.
Alguns aliados mais próximos ao governador também têm a leitura de que se João Paulo fizer o sucessor, o bônus é de todos do campo de esquerda.
Se não fizer, o ônus é só dele.
O prefeito João Paulo, por sua vez, tem procurado sustentar o bom humor e o estado de espírito zen.
Mas quer manter as articulações nos bastidores.
Ontem, ele confirmou o encontro com o governador, mas demonstrou que não estava à vontade com a divulgação da reunião - até então secreta. “Falamos sobre questões administrativas, como o PAC, e claro, sobre sucessão, mas prefiro não detalhar”, esquivou-se.
ALIADOS João Paulo afirmou que tem uma agenda com os petistas e com lideranças dos partidos aliados, já na semana que vem, porém, mais uma vez, preferiu não detalhar.
Ele também não quis comentar a determinação do vice-prefeito, Luciano Siqueira (PCdoB) de se lançar candidato à PCR, mas afirmou que vai procurá-lo para uma nova conversa.
Enquanto as negociações políticas são travadas, o diretório municipal do PT baixou, ontem, uma resolução “aprovando por unanimidade a candidatura de João da Costa, tornando pública a decisão de construir uma política de alianças ampla, e reafirmando seu compromisso de fortalecer um projeto de esquerda”.