O pernambucano Maurício Rands, líder do PT na Câmara, negou que a escolha dos membros da CPI dos Cartões tenha como parâmetro o grau de fidelidade ao governo. “Todos os deputados do PT chegaram à Câmara com larga experiência militante.
São pessoas que têm toda a capacidade de fazer as investigações.
Essa CPI não é contra o governo Lula e o governo Fernando Henrique”, disse, segundo a Folha Online.
O governo conseguiu emplacar a maioria dos integrantes da CPI mista (formada por senadores e deputados) dos Cartões Corporativos, além de garantir a presidência e a relatoria da comissão.
Das 11 vagas reservadas para os deputados, oito serão ocupadas por parlamentares da base aliada.
No Senado, apesar das forças entre governo e oposição serem mais equilibradas, DEM e PSDB vão ficar com apenas quatro das 11 cadeiras.
No total, o governo ficará com 15 das 22 vagas de titulares da CPI, enquanto a oposição, com sete.
A divisão dos integrantes se dá pelo tamanho das bancadas dos partidos na Câmara e no Senado –que são de maioria governista–, o que permitiu à base aliada garantir o maior número de cadeiras na CPI.
A oposição acredita que, com essa composição, os governistas vão trabalhar para blindar as investigações sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo. “A CPI mista será abafada.
Deixará muito mal todo mundo, a oposição e o governo.
O governo vai ficar pior do que já está”, disse o vice-líder do DEM na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).
Na Câmara, o chamado “blocão” de partidos aliados(PT/PMDB/PP/PR/PTB/PSC/PTC/PT do B) conseguiu seis das 11 cadeiras da CPI.
Já o chamado “bloquinho”, que também é composto por legendas governistas (PSB/PDT/PC do B/PMN/PRB), terá mais duas vagas.
Pela oposição, DEM, PPS e PSDB ficarão com uma cadeira cada um.
A divisão é um pouco mais equilibrada no Senado, onde DEM e PSDB ficarão com quatro vagas na CPI –duas para cada partido.
O PT e o PTB, fiéis aliados do governo, terão juntos três vagas –mesmo número de senadores do PMDB.
A diferença é que o PMDB, assim como o PDT (que terá uma vaga na CPI), reúnem senadores nem sempre alinhados com as orientações do governo.
ALIADOS A Folha Online apurou que a orientação do Palácio do Planalto aos partidos aliados é vetar a indicação de parlamentares “rebeldes” da base aliada.
Oficialmente, líderes governistas negam qualquer manobra na escolha das indicações.
Para o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, o governo não vai “cometer a irracionalidade” de blindar as investigações –sob pena de deixar sua imagem abalada junto à opinião pública. “Não vamos deixar de atuar, começando pelas contas do presidente Lula.
Não vamos permitir nem fraude, nem farsa”, enfatizou.