Da Agência Câmara Os líderes do PSDB e do DEM na Câmara e no Senado se reúnem nesta quinta-feira para decidir quando será protocolado o pedido para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.

O encontro será às 10 horas na residência do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) anunciou nesta quarta que conseguiu as assinaturas necessárias para instalar a comissão.

Foram 172 na Câmara e 35 no Senado, mas líderes da base governista ainda não assinaram o requerimento.

Margem de segurança Carlos Sampaio teme que manobras de última hora acabem inviabilizando a CPMI e acha que a oposição precisa de uma “margem de segurança” para protocolar o pedido. “Na verdade, temos as assinaturas necessárias, mas em número que ainda não nos permite ter uma segurança de que não haverá uma retirada de assinaturas depois.” Para o deputado, o ideal seria ter no mínimo 185 assinaturas de deputados para que a possível retirada de última hora não inviabilize a CPMI. “Por que retiradas de última hora?

Porque, na Câmara, o que se fez foi um jogo de cena.

Na verdade, houve uma dissimulação do governo, dizendo que, se atingissem ambos os governos, a base aliada não via nenhum problema na investigação.

Se não vê problema, por que os líderes da Câmara não assinam?” Assinaturas mantidas Já o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), nega qualquer possibilidade de retirada de assinaturas.

Ele afirmou que também vai assinar - apesar de o pedido não incluir, explicitamente, as “contas do tipo B” - instrumento semelhante aos cartões corporativos, que passaram a ser usados em 2001. “A base do governo não teme esta CPI.

Vai assinar.

Vai fazer a CPI.

Fizemos a crítica, sim, porque achamos que o País tem outras prioridades estratégicas.” Para o líder, o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União (TCU) podem investigar os desvios dos cartões, inclusive com mais profundidade e mais especialização. “Mas não vamos aceitar este jogo de que a oposição tente dizer que o governo está temendo uma investigação.” O líder do governo também lembrou que, de acordo com a tramitação de CPIs, os dois maiores partidos devem indicar o presidente e o relator da comissão.

Segundo Henrique Fontana, um levantamento do PT mostra que esse critério foi seguido nas 30 CPIs realizadas no governo Fernando Henrique Cardoso.