A Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) vai encaminhar à Procuradoria Regional do Ministério Público do Trabalho da 6a Região denúncia sobre o suposto descumprimento de acordo firmado pelo Consórcio Terraplanagem com os operários que trabalham na obra da Refinaria Abreu e Lima, em Suape.
A audiência está marcada para a próxima terça (19), a partir das 14h, na sede da Procuradoria, no Espinheiro.
Segundo a secretária de Formação da CUT/ PE, Maria Auxiliadora de Souza, representantes da central e de três sindicatos (Petroleiros, Químicos e Trabalhadores na Construção Civil) tiveram trabalho para coordenar uma assembléia com os operários da terraplanagem nesta quinta (14), em Suape.
Primeiro, tiveram a entrada dificultada pela segurança interna do porto.
Depois, num diálogo áspero com o diretor de Contrato do Consórcio, Paulo Falcão, foram acusados de não representar os trabalhadores da obra.
Por sua vez, Maria Auxiliadora acusa o consórcio, formado pela Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Galvão, de demitir injustamente 130 funcionários da obra (e não apenas 60 como a própria assessoria da CUT tinha informado mais cedo), como represália a um protesto realizado pelos trabalhadores no último dia 29 de janeiro.
Ela contou, ainda, que supervisores percorrem o canteiro de obras armados.
E que o diretor Paulo Falcão teria dito que a medida se justifica para evitar roubo de equipamentos por parte dos trabalhadores.
A assembléia acabou não acontecendo.
De qualquer modo, a CUT, junto com os sindicatos, decide, nos próximos dias, se organizará um novo protesto em Suape.
Uma nova paralisação das obras, como a que ocorreu no dia 29, não está descartada. “Queremos negociar com o consórcio.
Mas parece que eles só escutam a gente com as máquinas paradas”, advertiu.
DESACORDO No final do mês passado, um dia depois da paralisação, trabalhadores e consórcio se reuniram em audiência na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco (SRTE-PE) para discutir uma pauta de reivindicações, com oito itens.
Segundo a CUT, o que foi acordado não vem sendo cumprido.
Os trabalhadores reclamam de maus tratos de supervisores e chefes e jornada excessiva de trabalho, inclusive aos domingos.
A primeira paralisação foi motivada pelo não-pagamento de horas extras e adicional noturno, além de atrasos nos salários e descontos indevidos.
As obras de terraplanagem do local onde será construída a refinaria têm cerca de dois mil trabalhadores.
Com a palavra, o Consórcio.