Do Estadão A Bolívia não vai garantir, entre junho e agosto deste ano, o fornecimento do volume máximo de gás natural previsto no contrato com a Petrobrás, de 30 milhões de metros cúbicos diários.
A mensagem foi trazida ao governo pelo vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, considerado o ideólogo do governo Evo Morales.
Em visita oficial a Brasília, García Linera sugeriu uma possível restrição voluntária da demanda da Petrobrás no período do inverno.
Essa medida evitaria que a Bolívia tivesse de pagar multa por descumprir o contrato.
A decisão será tomada em um debate político entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Morales e a argentina Cristina Kirchner, no próximo dia 23, em Buenos Aires.
Ao longo de 1h10 de conversa com o presidente Lula, ontem, no Palácio do Planalto, García Linera deixou claro que a Bolívia manterá o volume médio de gás historicamente exportado ao Brasil, que é de 27 milhões de metros cúbicos diários, segundo a empresa brasileira.
Mas não garantiu uma eventual demanda suplementar no inverno, que poderia alcançar até os 30 milhões de metros cúbicos, como prevê o contrato atual. “O volume de consumo histórico médio do Brasil está absolutamente garantido.
O que está em debate são os volumes novos (de demanda)”, repetiu à imprensa, em entrevista no Itamaraty. “É provável que haja um aumento da demanda do Brasil e da Argentina nos meses de inverno.
Esses novos volumes serão objeto de um debate entre os presidentes.
Eles verão a maneira de estabelecer um acordo regional que satisfaça a todos.”