O presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou nesta terça-feira que o escândalo envolvendo os cartões corporativos do governo federal é pior que o mensalão.

Segundo ele, a transparência que o governo alega ter em relação aos dados do cartão é “pior do que lingerie de bordel”. “O cartão é muito pior.

Ele dizem que há transparência, mas saque de dinheiro na boca do caixa com cargo comissionado, cabo eleitoral, militante de partido nomeado para a máquina púbica, para sacar dinheiro com cartão, e explicar depois que a despesa é uma coisa normal, isso é que eles chamam de transparência?”, questionou o petebista.

Os cartões de crédito corporativos do governo federal, indicados para gastos como a compra de material, prestação de serviços e diárias de servidores em viagens, foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e em free shop.

No dia 1º de fevereiro, o desgaste provocado pela denúncia de irregularidades no uso do cartão derrubou a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Jefferson afirmou que membros do governo utilizaram o cartão também para pagar aplicações de botox. “Se não houver acordão, até botox vai aparecer no cartão.

Vamos esperar.

Há um rumor forte.” Segundo o petebista, gente importante do governo teria utilizado tal prática. “Homens e mulheres”, acusou.

O presidente do PTB disse também que, se a “inteligência petista” tivesse descoberto os cartões antes do mensalão, não teria havido o escândalo do qual é réu. “Se esse cartão corporativo houvesse sido distribuído pelo PT há três anos, com limite de R$ 30 mil, a base parlamentar teria economizado um escândalo, porque ficariam só no cartão corporativo, e não haveria o mensalão.” Da Folha Online