Por Sérgio da Silva Goiana O Brasil é um país onde existem 43 milhões de brasileiros aproximadamente, que recebem até um salário mínimo, considerando a população economicamente ativa, mais de vinte milhões de pessoas estão fora do mercado formal de trabalho, mais de cinqüenta milhões de brasileiros não tem renda nenhuma, dados do próprio IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - o que fazer diante de um quadro tão cruel?
A falta de distribuição de renda no país acarreta como conseqüências imediatas, fome, miséria, violência, ou seja, a qualidade de vida do brasileiro está muito aquém da nossa expectativa.
A falta de investimento do Estado em políticas públicas, também contribui para que uma minoria continue desfrutando das riquezas e uma maioria continue carente e necessitada.
A idéia de que o emprego existe o que falta é a qualificação profissional do trabalhador é apenas um desculpa do sistema econômico vigente para atribuir a desqualificação da mão-de-obra como fator determinante para não avançamos no mercado formal.
De fato não podemos de deixar de reconhecer que crescimento no número dos postos de trabalho no final de 2007, dados precisos do Dieese, todavia a nossa necessidade é bem maior, porém, precisamos ampliar esses números.
Não há dúvidas que a campanha pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário vai mobilizar o país, O objetivo da CUT é coletar pelo menos um milhão de assinaturas.
Ressaltamos que a redução da jornada de trabalho é uma das possibilidades de ampliação da oferta de empregos formais no Brasil, primeiro é lembrar que terminamos o ano de 2007 em Recife, com uma proporção de assalariados que trabalham acima de 44 horas semanais no nível de 48,4%, segundo dados do Dieese- Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos.
O argumento que diminuindo a carga horária do trabalhador irá haver um prejuízo na produtividade não é verdadeiro, pois o trabalhador com disposição e saúde certamente o rendimento será bem maior, pois a satisfação e o prazer contribuirão para melhoria do rendimento no cotidiano.
Com a redução da jornada de trabalho, os trabalhadores no comércio e serviços terão mais qualidade de vida, direito ao descanso e à vida social, coisas a que estão alijados pela terrível carga horária que cumprem diariamente.
Só no setor de serviços, a redução da jornada de trabalho deve gerar, de acordo com informações da RAIS 2006, 764.834 novas vagas e no setor de comércio 602.788 novos empregos.
Outra questão pouco abordada e desconsiderada por muitos empresários e os governos, é quanto à segurança do trabalhador no seu ambiente diário.
De fato isso representa um item bastante considerável, porque não haverá satisfação se as condições de trabalho não forem adequadas ao desempenho da atividade.
A CUT Nacional, com o apoio dos companheiros/as de Pernambuco, está mobilizando toda a sociedade para uma campanha de coletas de assinaturas em defesa da redução da jornada de trabalho sem redução do salário.
Pelos cálculos do Dieese, a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais teria o impacto potencial de gerar em torno de 2.252.600 novos postos de trabalho no país. É importante que os poderes constituídos façam esse debate de uma forma aberta, consciente, sem dogmas, ressentimentos ou preconceitos. É possível sim construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
Todos ganham.
Uma vez o retorno social será imenso.
Assine esse manifesto em prol de uma sociedade mais igualitária.
Participe!
Você é importante!
Queremos entregar ao Congresso Nacional mais de um milhão de assinaturas, certamente não será a solução de todos os nossos problemas, mas contribuiremos com a construção de uma alternativa viável para o país, isto é, trabalhando na base e fortalecendo a consciência de toda a sociedade.
Uma sociedade consciente, motivada, adere às lutas, reivindica e valoriza seus direitos.
Vamos em frente!
PS: Sérgio da Silva Goiana é presidente da CUT-PE