Do UOL A oposição ao governo rejeita o acordo firmado pela base governista para a formação de CPI mista para investigar o uso dos cartões corporativos e ameaça obstruir a pauta de votações no Senado, como contou em entrevista ao UOL News o líder do Democratas, José Agripino Maia (RN).

Ele afirmou ser equivocado analisar o uso dos cartões desde 1998 e disse “nem considerar” que presidência e relatoria da comissão fiquem com PMDB e PT, respectivamente, classificando a manobra de tentativa de de “auto-investigação” por parte do governo.

Este entendimento que teria sido feito, o \ ão me mate, que eu não lhe mato, jamais vai ser feito", afirmou Agripino Maia. “Como vamos concordar em que a relatoria e presidência fiquem no lado do governo?

Seria a CPI da auto-investigação, da investigação para proteger o presidente Lula e, se nós tivemos dois governos (que serão investigados, o governo Fernando Henrique Cardoso, de 1998 a 2001, e o governo Lula, a partir de 2002), temos de investigar quem é acusado, que é o governo Lula.” Segundo o senador do DEM, a oposição irá trancar a pauta de votações no Senado a partir desta quarta-feira, “na medida em que não se chegue ao entendimento sobre a relatoria e a presidência desta CPMI dos cartões corporativos”.

Da mesma forma, Agripino Maia rejeitou negociar com o governo a troca da aprovação de um aumento da carga tributária pela liderança da CPI dos cartões. “Não vamos trocar a carga tributária por esta CPI, não vamos trocar defesa desse contribuinte de mais alta carga tributária do mundo por nada.

Temos o compromisso partidário de ser contra o aumento da carga tributária, como temos compromisso de não ter a CPI da auto-investigação”.

Agripino Maia reconheceu que a oposição não definiu quem ocuparia o cargo pretendido na relatoria ou na presidência da comissão, mas que conta com a “uma gama de nomes qualificados” para isso.

Ele também afirmou que se a CPI focar o uso de cartões corporativos entre 1998 e 2001 (governo Fernando Henrique Cardoso), “vai investigar o nada”, mas negou ser contrário à investigação também deste período.