Como não poderia deixar de ser, Marcelo Deda ainda apelou para a memória de Celso Furtado e JK. “Esta Sudene não pode deixar de ser o futuro que Celso Furtado e JK plantaram no Nordeste”, afirmou.
Noutra frase de efeito, afirmou que a Sudene foi feita refén de oligarquias do Nordeste.
Curiosamente, o mesmo argumento que FHC usou para mandar fechar o órgão.
Deda esquecer de lembrar que o principal coveiro da Sudene foi o deputado federal do Ceará, José Pimentel, na extinta CPI do Finor.
O resumo da ópera é o seguinte: ACM, eterno aliado de FHC, desentendeu-se com os tucanos e começou a fazer denúncias de corrupção contra a Sudene, enquanto bandeava-se para o barco de Lula.
O PT, na fase incendiária, aquele em que não via golpismo na mídia, aprovou uma CPI na Câmara dos Deputados, para apurar bandalheiras nos órgãos de desenvolvimento regional.
Quem brilhava na Veja golpista era Jader Barbalho, latifundiário da Sudan, como ACB era na Sudene.
Jader hoje está ao lado de Lula, no PMDB governista, de onde nunca saiu.
Os dois senadores quase se estaperam no Senado.
FHC mandou avisar que não iria sujar sua biografia mantendo um órgão enlameado e na exposição de motivos chega a dizer que a Sudene foi extinta não por ele, mas pelas elites carcomidas do Nordeste, numa referência a ACM.
A imagem da instituição ficou tão desgastadas que escrevi um artigo, no JC, em 2001, reclamando que a instituição estava sendo fechada sem um pio de ninguém.
O ex-secretário de Planejamento de Miguel Arraes, João Recena, foi o único a separar o jóio do trigo.