Da Folha Online Além do racha na oposição, o acordo para criar uma CPI mista (com deputado e senadores) dos Cartões Corporativos também dividiu a base aliada do governo.
A Folha Online apurou que, em reunião com os aliados realizada nesta segunda-feira, o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), apelou para que todos apóiem as investigações.
Mas o PR, o PP e parte do PMDB anunciaram que são contrários às apurações.
Segundo alguns aliados, o que irritou os governistas foi o acordo do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), com a oposição –feito à revelia da base aliada.
Antes de conversar com o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) –autor da proposta de CPI mista–, Jucá se reuniu com o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).
Na reunião conduzida por Fontana, o alerta sobre o risco das investigações foi feito por dois dos principais defensores do Palácio do Planalto no Congresso: o vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo interlocutores, Barros teria dito durante a reunião que uma CPI não costuma prejudicar os governos passados, mas sim o atual.
De acordo com os presentes, Cunha teria afirmado que durante a CPI do Apagão Aéreo na Câmara –da qual era presidente interino – teve de redobrar esforços para evitar a politização das investigações em torno da gestão federal.
Durante a reunião, o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), afirmou que seu partido é contrário à CPI por considerá-la desnecessária.
Segundo ele, o governo dispõe dos órgãos competentes para investigação sobre o uso dos cartões corporativos.
Oposição Assim como parte dos governistas ficaram insatisfeitos com o acordo , senadores da oposição trabalham nos bastidores para modificar o requerimento de Sampaio –que fixa o ano de 1998, durante gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para o início das investigações da CPI.
Senadores oposicionistas insistem que a CPI deve investigar irregularidades no uso dos cartões corporativos a partir de 2001 –quando o mecanismo efetivamente entrou em vigor no governo FHC, apesar de ter sido criado em 1998.
Parte da oposição acusa Sampaio de ter fechado o acordo com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sem o aval de todos os partidos oposicionistas.
Parte da oposição acusa Sampaio de ter fechado o acordo com Jucá sem o aval de todos os partidos oposicionistas.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), evitou entrar na polêmica.
Mas confirmou que há divergências sobre o período que deve ser investigado.
Independentemente disso, o petista afirmou que os trabalhos da CPI dos Cartões Corporativos não impedirão as atividades na Câmara.