Do site Comunique-se Com o título O fenômeno Veja, Luís Nassif, da Agência Dinheiro Vivo, deu início em seu blog, no último dia 18/1, à publicação de uma série de artigos em que, segundo afirma no texto de apresentação, intitulado O macartismo e o jornalismo de negócios, buscará demonstrar que “o maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja”.
De acordo com Nassif, “gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico”.
Diz ainda que recentemente estimulou uma competição com um blogueiro da revista – segundo ele, “contratado especificamente para atacar os adversários de Veja” –, por duas razões relevantes: “Primeiro, para demonstrar que, com a Internet, cessou o predomínio das grandes publicações. É possível, mesmo sem ter um grande órgão da imprensa tradicional por trás, mobilizar pessoas para esse trabalho cooperativo, de disseminar informações. É o verdadeiro trabalho em rede, no qual – graças à Internet – cada pessoa dá sua colaboração, pegando as informações e levando para seus círculos de conhecidos.
Segundo, para que essa rede, formada nesse período, ajude a dar visibilidade a essas reportagens que passo a publicar”.
E conclui: “Não será um desafio fácil.
Estaremos enfrentando o esquema mais barra-pesada que apareceu na imprensa brasileira nas últimas décadas.
E montado em cima de um tanque de guerra: uma publicação com mais de um milhão de exemplares.
Tenho convicção de que a força do jornalismo e do trabalho em rede permitirão decifrar o enigma Veja. (…) Trata-se, agora, de uma questão nacional que, tenho certeza, ajudará a reabilitar o exercício do jornalismo, mesmo na grande imprensa”.
Até o carnaval, Nassif havia publicado cinco artigos – Os Momentos de Catarse e a Mídia, A mudança de comando na Veja, A guerra das cervejas, O caso André Esteves e O caso COC (ver https://www.projetobr.com.br/web/blog/4#6311).
Veja não se manifestou sobre a série.
E a própria Editora Abril, ao enviar, no dia 2/2, um pedido de resposta ao iG, portal que abriga o blog de Nassif, não o fez em relação à série, mas a textos publicados anteriormente pelo colunista.
Diz a nota da editora que “repudia veementemente as informações divulgadas no blog do jornalista Luis Nassif nos dias 18/12/2007, 10/1 e 11/1/2008, intituladas, respectivamente, A coluna na APJ, Guerras empresariais e A matéria da Folha.
Ao contrário do que quer fazer crer Luis Nassif, o jornalismo praticado pela revista Veja jamais esteve mancomunado com os interesses alheios à postura adequada de órgão informativo ético.
A revista Veja sempre postou-se pelo exercício de um jornalismo honesto, sério e imparcial, portanto, bastante contrário às acusações descabidas de Nassif”.
O colunista replicou: “Em vez de repudiar, faria melhor a Abril em analisar mais detidamente os fatos narrados.” Nassif voltaria a comentar a nota da Abril no dia seguinte (3/2), sob o título Esclarecimentos necessários, afirmando não estar em guerra santa contra a editora: “Estou contra o mau jornalismo. É uma luta dura, pois esse jornalismo contaminou grande parte da mídia nos últimos anos”.
No mesmo post, o colunista aproveitou para informar que não também está em nenhuma “frente” comum com Paulo Henrique Amorim, que, segundo Nassif, tem feito um “carnaval” no seu site, que “não ajuda”.
E arrematou: “Nossas lutas são diferentes, assim como nossos objetivos.
Ele usa o jornalismo como ferramenta política – e faz com grande habilidade.
Eu prefiro o jornalismo como objetivo em si.
Atenção: quando falo em diferenças, não estou entrando em juizo de valor.
Seu jornalismo está muito acima do jornalismo de esgoto praticado por alguns blogs”.
Passado o carnaval (não o de Amorim, é claro), Nassif retomou a série, publicando o 6º capítulo, intitulado Os primeiros ataques a Dantas (está em https://luis.nassif.googlepages.com/primeirosataquesadantas).