Por Joana Rozowykwiat Da editoria de Polítican do JC O deputado federal Paulo Rubem Santiago (PDT) entrega amanhã, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a sua defesa no processo que o PT move contra ele por infidelidade partidária.
O parlamentar alega que trocou a sigla petista pelo PDT por divergências ideológicas e afirma que vinha sofrendo perseguição política justamente por não concordar com posições da legenda.
A defesa escolheu dez personalidades da política que poderão testemunhar a favor de Rubem.
Entre elas, três ex-ministros do Governo Lula, incluindo o governador Eduardo Campos (PSB), e ex-petistas que discordam dos rumos que a antiga legenda tomou.
A lista dos possíveis depoentes tem integrantes de vários partidos.
Pelo PDT, podem contribuir com a defesa de Rubem o senador Cristovam Buarque (DF) e o líder da sigla na Câmara, Miro Teixeira (RJ).
Do PSB, foram escalados o presidente nacional da legenda, governador Eduardo Campos, e a deputada Luiza Erundina (SP).
Apesar da ação contra Rubem ter vindo do PT nacional, alguns integrantes do partido aceitaram ajudar o antigo correligionário. É o caso do deputado federal Fernando Ferro (PE) e do vereador do Recife Jurandir Liberal.
Paulo Rubem deverá contar também com declarações favoráveis de outros ex-petistas, como os deputados Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ) e o intelectual e ex-parlamentar Plínio de Arruda Sampaio, que, inclusive, participou da elaboração do programa de governo do primeiro mandato de Lula.
Os três filiaram-se ao P-SOL.
O outro nome que figura no rol das testemunhas de Rubem é o do jornalista Cláudio Abramo, diretor-executivo da organização não-governamental Transparência Brasil. “Achamos que todas essas são pessoas importantes na defesa, já que uns participaram do governo Lula, outros também deixaram o PT por divergências e, no PDT, pode haver o testemunho de que eu não fui para lá por fisiologismo.
Não recebi nada em troca.
Deixei o PT por uma questão ideológica, programática.
E cada um deles pode ver isso por um aspecto diferente”, disse Paulo Rubem.
Depois que entragar o processo amanhã, às 14h30, no TSE, Rubem vai esperar ser convocado para apresentar seus argumentos pessoalmente.
Apesar de ter indicado dez pessoas como testemunhas, o deputado avalia que há chances de nem todos serem chamados a depor.
No documento que entregará à Justiça Eleitoral, estão anexadas matérias, discursos e pronunciamentos que, segundo o parlamentar, comprovam que o PT “abandonou compromissos históricos”, motivando as divergências que terminaram estremecendo sua relação com o partido e provocando a sua saída. “Todo mundo sabe que muitas vezes me coloquei contra os caminhos que o PT decidiu seguir e fui retaliado por isso, sofri perseguição.
Não fui eu que traí o PT, foi o próprio PT que mudou”, defendeu.
O argumento de acusação do PT é de que o deputado se desfiliou para concorrer ao cargo de prefeito do município de Jaboatão dos Guararapes em 2008.
O presidente eleito da sigla no Estado, Jorge Perez, poderá depor pelo partido. “Se for convocado, relatarei fatos, não expressarei opiniões”, disse Perez.