Por Marcelo Pereira* Enviado especial, do JC Um dos maiores sambistas mangueirenses vivos, Nelson Sargento usou numa entrevista no fim de semana, a palavra “superação” para definir o espírito com o qual a Estação Primeira de Mangueira entraria no Sambódromo depois de um ano tão conturbado.

A experiência em desfilar na Marquês de Sapucaí é inesquecível e exige mesmo muita garra e energia.

E isto não faltou na maioria dos recifenses convidados pela prefeitura que saiu nos últimos setores, entre o penúltimo e o último carro, que trazia Cartola e o Galo da Madrugada.

Do chão da avenida, não se dá para ter qualquer noção da evolução escola lá na frente, onde estavam os carros com o baile dos mascarados, o dragão soltando fumaça, os elefantes do maracatu e os bonecos gigantes de Olinda.

E isso cria uma grande ansiedade.

Também não se vê os destaques e as celebridades que estampam as capas de jornais e revistas de fofocas.

Quem vinha atrás, somente ouviu o samba enredo quando dobrou a Presidente Vargas e foi enfrentar o público e os jurados.

O desfile é um êxtase de menos de 30 minutos – esse é o tempo em que se percorre as arquibancadas até a dispersão.

O refrão poderoso se refletia em cada componente da ala – “Mandou me chamar, eu vou/ pra Recife festejar/ Alegria no olhar, eu vejo. É frevo, é frevo, é frevo”.

Era com muita alegria no olhar e empolgação, com orgulho de ser do Recife, que todos cantavam o samba, já transformado em um hino imortal.

Mas a empolgação era maior na avenida do que na platéia.

A chuva pode até atrapalhado, mas quem estava defendendo o verde e rosa e a cultura pernambucana manteve a empolgação até o fim. *O jornalista viajou a convite da Prefeitura do Recife.