Do UOL No principal interrogatório do processo do mensalão, o empresário mineiro Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema, afirmou ao juiz Alexandre Buch Netrado Sampaio, da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal de Belo Horizonte, que o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu (PT-SP) sabia dos empréstimos feitos pelos bancos Rural e BMG ao PT.

Segundo Valério, a informação foi repassada a ele pelo ex-secretário-geral do partido, Silvio Pereira, que teve seu processo suspenso na semana passada, antes de ser interrogado.

Dirceu, que foi ouvido pela Justiça, em São Paulo, também na semana passada, negou ter conhecimento dos empréstimos.

Valério é mais um réu do processo do mensalão ouvido pela Justiça.

Até agora, metade dos 40 réus já foi ouvida.

Também no interrogatório, o empresário mineiro negou que tenha conversado com Dirceu sobre o assunto.

Valério disse ainda que intermediou uma reunião entre Dirceu e a diretora do Banco Rural, Kátia Rabelo, para tratar assuntos relacionados aos interesses do banco.

Valério também foi questionado sobre seu relacionamento com outros políticos envolvidos com o escândalo do mensalão, como por exemplo, o deputado federal José Genoino (PT-SP), ex-presidente do PT, o deputado federal Waldemar da Casta Neto (PR-SP), presidente do antigo PL, e o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).

O empresário afirmou que conhecida os políticos e confirmou encontros com eles, sem entrar em detalhes sobre o teor das conversas.

Valério também confirmou que fez cinco ou seis pagamentos à agência do publicitário Duda Mendonça.

As parcelas de R$ 250 mil, cada uma, foram entregues a um funcionário da agência de publicidade de Duda em uma agência do Banco Rural, na avenida Paulista, em São Paulo.

O dinheiro seria referente às dívidas do PT com a agência do publicitário, contraídas nas campanhas eleitorais de 2002 e 2004, segundo Valério.

O depoimento já dura mais de três horas e não tem previsão de término