Do Uol O líder cubano, Fidel Castro, chamou de “macabra” a idéia de “transformar alimentos em combustíveis para o lazer e o luxo”, em artigo publicado nesta sexta (1) pela imprensa oficial cubana.
Castro enumera esse e outros sete fatores que, segundo ele, “complicam a situação do planeta”, na quarta parte de uma série de artigos intitulada “Lula”, na qual conta a reunião que teve em Havana, em 15 de janeiro, com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
O primeiro desses fatores é, segundo o convalescente presidente de Cuba, o “crescimento do consumo de petróleo, um produto não renovável e poluente, pelo esbanjamento das sociedades de consumo”.
Fidel ressalta também a escassez de alimentos, por variadas causas, dentre as quais cita o crescimento exponencial da população humana e dos animais que transformam os grãos diretamente em proteínas de crescente demanda.
O terceiro ponto abordado pelo cubano é a superexploração dos mares e poluição de suas espécies por resíduos químicos da indústria, “incompatíveis com a vida”.
O quarto tópico abordado por Castro é o que chama de “idéia macabra dos biocombustíveis”.
O Brasil produz anualmente 18 bilhões de litros de etanol a partir da cana-de-açúcar.
O quinto ponto é a “incapacidade do sistema econômico dominante para o uso racional e eficiente da ciência e a técnica na luta contra pragas e doenças”.
Em sexto lugar, Fidel alertou para “a necessidade de se adotar planos racionais de crescimento familiar e da sociedade em seu conjunto, alheios a pretensões hegemônicas e de poder”.
Os últimos tópicos salientados por Fidel Castro foram “a ausência quase geral de educação em temas que são decisivos para a vida, inclusive nas nações com níveis de escolaridade mais altos”, e os “riscos reais derivados das armas de extermínio em massa em mãos de irresponsáveis”. “Há remédios para estes perigos?
Sim: conhecê-los e assumi-los”, afirmou. “Como?”, volta a questionar Castro, para então concluir: “Seriam respostas puramente teóricas.
Façam essas perguntam por si mesmos, especialmente os mais jovens.
Não aspirem ser chefes de Estado antes (de fazer as perguntas)”, afirmou.
O líder cubano delegou provisoriamente suas funções a seu irmão Raúl Castro, de 76 anos, em julho de 2006, devido a uma doença que o deixou “entre a vida e a morte”, segundo revelou ele próprio.
Desde 29 de março de 2007, Castro vem publicando com freqüência extensos artigos nos principais meios de comunicação cubanos, sob o título comum de “Reflexões do Comandante-em-Chefe”.