Do UOL Os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Jorge Hage (Controladoria Geral da União) anunciaram nesta quinta-feira restrições para o uso dos cartões corporativos.
As medidas foram anunciadas após a suspeita de ministros do primeiro escalão do governo terem usado irregularmente o cartão de crédito corporativo.
Entre as medidas anunciadas está a proibição de saques em dinheiro para pagamento de despesas cobertas pelo cartão, com exceção dos “órgãos essenciais” da Presidência da República, vice-presidência, e ministérios da Saúde e Fazenda, Polícia Federal e escritórios do Ministério das Relações Exteriores fora do país.
Despesas de caráter sigiloso também não foram incluídas na proibição.
As novas regras prevêem também que ministros poderão autorizar o saque de 30% do limite, o que precisará ser justificado.
Os gastos com o cartão corporativo somaram R$ 75,6 milhões em 2007 –mais que o dobro que no ano anterior (R$ 33 milhões).
Do montante gasto por ministros e servidores com o cartão, mais da metade (R$ 45 milhões) foi sacada em dinheiro. “A idéia é reduzir ao mínimo os saques.
Mas como não é fácil mudar os hábitos, não conseguimos até agora transformar o saque em exceção”, disse Hage.
O cartão também não poderá ser usado para pagamento de passagens e diárias de servidores.
E, em 60 dias, o governo federal vai encerrar todas as contas correntes abertas em nome de servidores –usadas para pagamento de despesas de baixo valor.
O decreto com as mudanças deve ser assinado nesta sexta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A virtude do cartão é que você pode questionar a qualidade do gasto.
Item por item do que foi gasto pode ser verificado pela internet”, defendeu Bernardo.