Mais uma polêmica nas eleições da Associação dos Cabos e Soldados.
De acordo com o pessoal da Chapa 1, se depender das Chapas 2 e 3, as viúvas de policiais e bombeiros militares associadas à entidade não poderão participar das votações nesta quinta-feira, 31/01. “Numa reunião realizada na última segunda-feira, as duas chapas argumentaram que a participação das mulheres não tinha importância e decidiram que as viúvas dos policiais e bombeiros já falecidos não podem participar da vida social e política da Associação”, reclamam, em nota oficial.
A decisão revoltou a atual administração da entidade e integrantes da Chapa 01 que considera tal atitude discriminatória e um retrocesso com relação ao trabalho que o grupo vem realizando nesses 11 anos. “Sabemos do sofrimento que as viúvas passam para garantirem seus direitos e as acolhemos na entidade para protegê-las e apóia-las já que o Estado as abandona.
Elas fazem parte da família policial e bombeiro militar e são associadas da entidade, usufruindo de todos os benefícios e serviços da Associação.
Também é direito delas votar.
Qual o real motivo da proibição?
Esse será o tratamento que nossas viúvas vão receber deles no futuro?”, questiona o atual coordenador, Moisés Cordeiro.
De acordo com ele, quanto à prestação de contas, mais uma vez somente agora as Chapas estão preocupadas com o assunto. “Esse não é o momento de falarmos em dinheiro.
Queremos saber é de compromisso com a tropa, de luta, de história.
As viúvas são honestas e pagam a Associação em dias.
E o que elas receberam de volta?”.
Quem é oposição a quem?
Em onze anos, esta é a primeira eleição direta da ACS, desde a sua fundação, em 1997.
Antes o presidente e diretores da entidade eram escolhidos por uma comissão eleitoral nomeada pelos dirigentes. “Agora é diferente, soldados e cabos lutaram e conquistaram o direito de ir às urnas escolher os seus dirigentes.
Acabou o tempo das eleições cartoriais, que possibilitaram um pequeno grupo se manter no poder por onze anos”, afirma o soldado Gezi Gomes, candidato à presidência da ACS pela chapa 3.
De acordo com Gezi Gomes, com o intuito de se manter no comando da entidade, a atual diretoria da ACS lançou duas chapas para disputar o pleito: as chapas 1 e 2. “Querem confundir os associados para continuar reinando”, denuncia Gezi, ressaltando que a chapa 2 nada tem de oposição, pois é formada por pessoas que sempre ocuparam cargos e estiveram ao lado dos atuais dirigentes. “Oposição a tudo isso é a chapa 3”, resume.