Por Fernando Ferro Em artigo publicado no Jornal do Commercio (24/01), o consultor Gustavo Krause aventura-se como historiador do Carnaval para criticar o patrocínio da Prefeitura do Recife à Estação Primeira de Mangueira.

O texto é revelador dos ressentimentos políticos derrotados duas vezes, nos pleitos municipais recentes.

Diz o dito popular: “Lobo velho perde o pêlo, mas não perde a manha.” Vê-se portanto nas linhas o DNA da Arena velha de guerra.

Afinal essa “raça”, como expressou em comentário facistóide o ex-senador Bornhausen, não poderia chegar ao poder. É lamentável o preconceito, e a pequenez política do artigo, ao tentar caluniar a gestão sob comando do prefeito João Paulo, insinuando sobre relações com o mundo das drogas.

O que o delirante consultor esquece é que foi no partido dele, o falecido PFL, que o Brasil conheceu o vínculo do crime organizado ao mundo das drogas com a política - através do conhecido deputado do Acre - Hildebrando “Moto-Serra” Pascoal da triste lembrança.

O fato é que a escola mais popular do País levará para a Marquês de Sapucaí o Samba enredo “100 anos do Frevo, é de Perder o Sapato.

Recife Mandou me Chamar”, numa rara oportunidade de divulgar o ritmo de Pernambuco para cerca de 2 bilhões de telespectadores ao redor do mundo, com ganhos inestimáveis para a cultura e o turismo da nossa cidade.

Mas com a matemática que deve ter usado em sua longa passagem de 57 dias pelo Ministério da Fazenda, Krause é cruel com os números e, por conseqüência, com a verdade.

Afirma, por exemplo, que os R$ 3 milhões investidos no patrocínio farão falta às agremiações carnavalescas da cidade.

Por carência de informação ou má-fé, Krause descarta os fatos de que a atual gestão investirá R$ 31,7 milhões no Carnaval de 2008 e aumentou significativamente o investimento repassado às agremiações.

Para se ter uma idéia, em 2001 foram investidos R$ 420.940.

Este ano, o valor repassado às agremiações é de R$ 3.813.825, numa clara demonstração do compromisso da gestão João Paulo com a preservação, promoção e fortalecimento da nossa cultura.

A Prefeitura do Recife também subsidiará 40 polinhos de animação em diversos bairros recifenses.

Outro investimento feito recentemente é a sanção do projeto que dá isenção do IPTU, ISS e Taxa de Limpeza Pública (TLP) para as agremiações carnavalescas.

Cerca de 300 delas serão beneficiadas.

Vale destacar que, em seu artigo, Gustavo Krause não cita que também foi prefeito do Recife, entre 1979 e 1982.

Abstraindo o fato de que chegou ao cargo sem um único voto - foi indicado pelo então governador Marco Maciel - não custa lembrar que sua gestão foi marcada por atritos com as escolas de samba locais, ingerência política nos negócios do Carnaval e investimentos pífios na festa.

Falta autoridade ao consultor para criticar a nossa política cultural, responsável por ter revivido o Carnaval do Recife, transformado-o num dos mais brilhantes, ricos culturalmente e participativos do planeta.

Foi dos idos de sua prefeitura biônica que iniciou a tentativa de “baianização” do nosso Carnaval, felizmente sepultado com a política cultural da gestão do prefeito João Paulo.

No mais, o texto é pura ciumeira ou manifestação do frevo alcoolizado.

PS: Fernando Ferro é deputado Federal (PT-PE).

PS2: Para entender melhor as críticas de Ferro, releia o artigo de Krause, publicado no Blog de Jamildo no dia 17 de janeiro passado aqui.