Mesmo tendo afirmado que a Unidade na Luta vai apoiar o candidato a prefeito do Recife que venha a ser definido pelo diretório municipal do PT (controlado por João Paulo), a maior liderança da corrente em Pernambuco, Humberto Costa, disse que “a participação vai se dar na medida em que sejam convocados”.
Quer dizer: entusiasmo zero. “As pessoas (grupo do prefeito) acham que ganharam (as eleições de 2000 e 2004) sozinhas e que governam sozinhas.
Podem achar que vão ganhar sozinhas também agora”, ironizou Humberto.
Ele disse, no entanto, esperar que a UL seja convocada a se incorporar à campanha e adiantou que, caso chamado, também estará presente em todos os atos do processo eleitoral.
Humberto avaliou que cabe ao candidato do prefeito, o secretário de Planejamento da PCR João da Costa, tentar costurar a unidade interna do partido em torno de seu nome.
RESPONSABILIDADE Para Humberto, o prefeituro assumirá a responsabilidade integral pela decisão de dar suporte ao nome de João da Costa sem ter discutido outros nomes. “Acho ruim quando a política deixa de ser uma atividade solidária para ser solitária”, afirmou. “Se tivessem nos dito que só haveria um único caminho para valer (João da Costa), teríamos poupado a sociedade recifense e a cada um de nós desse processo que vivemos até o presente momento”, lamentou.
De qualquer modo, Humberto negou a possibilidade de apoiar um outro nome de esquerda que não seja o do PT.
Na sua avaliação, o vice-prefeito do Recife Luciano Siqueira, que quer lançar candidatura própria no primeiro turno, deveria ter sido levado em consideração nas conversas com os aliados. “Mas somos do PT, temos identificação com sua ideologia e vamos apoiar o candidato do partido”, garantiu.