Embora tenha retirado os nomes dos deputados Maurício Rands e Pedro Eugênio da disputa interna do PT para definição do candidato do partido às eleições para a prefeitura, sob a justificativa de não enfraquecer ainda mais a sigla, a Unidade na Luta não adotou um tom conciliador na tarde desta segunda (28).
Pelo contrário.
Os 12 pontos da nota divulgada para a imprensa e lidos pelo secretário estadual das Cidades Humberto Costa acusam o Campo de Esquerda Unificado (CEU), grupo de João Paulo, de ter dado um ultimato à UL quando se refirmou o nome de João da Costa como candidato do prefeito. “A proposta de roteiro que encaminhamos ao prefeito João Paulo foi um gesto político que tinha por objetivo a construção da unidade partidária”, diz o ponto 1 da nota da UL. “A resposta (do CEU) não veio na forma de uma contraposposta que permitisse a continuidade do diálogo interno sobre critérios e procedimentos, mas quase como um ultimato ao partido”, afirma outro trecho, numa referência à definição do CEU por João da Costa.
A Unidade na Luta também afirma que o grupo do prefeito desmereceu os pré-candidatos colocados pela corrente. “Apresentamos os nomes dos deputados Maurício Rands e Pedro Eugênio à discussão do partido porque porque o prefeito João Paulo nos afirmou que o processo aberto era para valer e que não haveria imposição de nomes”, escreve a UL.
E bate mais adiante: “Em verdade, nunca e em momento algum os nomes que sugerimos foram levados em consideração ou tratados com a seriedade que merecem, companheiros com histórias de lutas em nosso Estado e no Recife, parlamentares respeitados, pessoas que contribuíram fortemente para o próprio sucesso da gestão na capital”.
JOÃO Para completar, mesmo afirmando que irá abraçar a candidatura de João da Costa se seu nome for (e de deverá ser) confirmado pelo diretório municipal do PT no Recife, a Unidade na Luta continua questionando fortemente, em seu documento, a viabilidade do nome preferido pelo prefeito João Paulo. “Nada temos contra o companheiro João da Costa.
Reconhecemos suas qualidades de militante político e gestor público, mas temos dúvidas quanto ao seu potencial eleitoral e é nosso dever dizê-lo”, dispara a UL. “No entanto, ao invés de refletirem sobre essas profundas indagações, tentam transformara crítica leal em questionamento à liderança do prefeito.
Essa é, aliás, a melhor forma de evitar o debate.
O próprio documento do CEU não procura justificar a escolha de João da Costa”.
Depois de ler os pontos da nota, Humberto Costa disse que via ao menos a vantagem do desfecho da questão ter se dado agora em janeiro, porque ainda há bastante tempo para que os ânimos se acalmem no partido até que a campanha eleitoral vá às ruas. “Temos seis meses para curar as feridas e reconstruir pontes.
A bola agora está com o prefeito e seu candidato”, disse.
Será que ainda há pontes possíveis que conduzam a UL até o CEU?
Daquia pouco, mais.