No Rio, Carnaval \Chapa Branca" tem recorde de dinheiro público Da Folha de São Paulo, no RJ Nunca as escolas de samba do Grupo Especial do Rio contaram com tanto dinheiro público para preparar seus desfiles como neste Carnaval: ao todo, foram repassados R$ 22,2 milhões -dos cerca de R$ 50 milhões que as agremiações declaram gastar.

No ano passado, a verba pública total foi de R$ 9,2 milhões.

Para este ano, a Prefeitura do Rio liberou R$ 9,2 milhões, e o governo do Estado, R$ 4 milhões.

Nos dois casos, o dinheiro foi alocado sob a forma de subvenção, sem a exigência de contrapartidas.

Para engordar seus caixas ainda mais, após promessa direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as 12 escolas da elite do Carnaval carioca receberam, pela primeira vez, um patrocínio da estatal Petrobras: R$ 6 milhões, distribuídos igualmente entre as agremiações pela Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba).

A Liga recebeu ainda R$ 3 milhões da petroquímica Braskem, sócia da Petrobras, e de indústrias de plástico (clientes da empresa).

A Unipar, também parceira da Petrobras no setor petroquímico, ainda estuda se patrocinará as escolas.

Lula justificou a determinação do patrocínio da Petrobras como uma tentativa de deixar as escolas menos vulneráveis à suposta influência do tráfico e do jogo do bicho.

A estatal abriu os cofres em troca de contrapartidas como camarotes, ingressos e ações de marketing no Carnaval e durante o ano nas quadras das escolas.

Lula também conclamou as duas petroquímicas privadas a investirem no Carnaval.

Outro ente público, a Prefeitura de Recife, também patrocina o Carnaval deste ano: aportou R$ 3 milhões na Mangueira, que retratará na avenida o centenário do frevo.

Segundo a secretária de Comunicação de Recife, Lígia Falcão, o patrocínio é “um instrumento de divulgação da cidade e de seu Carnaval multicultural”.

E já trouxe resultados práticos: “A ocupação dos hotéis cresceu 10% e acreditamos que em parte foi por causa da mídia espontânea e da exposição que já tivemos”, diz Samuel Oliveira, secretário de Turismo.

A Petrobras, por sua vez, afirma que irá usar os espaços que foram cedidos pela Liesa em ações de “relacionamento com seus clientes”.