Depois de receber os golpes das chapas 2 e 3, que concorrem às eleições da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (ACS), a chapa 1, que representa a situação e tem como maior liderança o deputado Soldado Moisés (PSB), saiu das cordas e partiu para o ataque.

Segundo Moisés, uma diferença fundamental entre as chapas é que seus adversários são bancados por oficiais, o que ele entende como um problema tratando-se de uma entidade que deve representar os interesses de quem está na base da corporação.

Gezi Gomes, da chapa 3, é assessor parlamentar do major da PM e deputado Alberto Feitosa (PR).

A 2, liderada por Albérisson Carlos, seria bancada por cinco oficiais da mais alta patente, de acordo com Moisés.

Nesta quinta (24), o deputado visitou o Blog acompanhado de outros dois integrantes da sua chapa: o soldado Renílson Bezerra, candidato a coordenador da entidade, e o soldado Luiz de Melo, que quer continuar ocupando a diretoria de imprensa.

Moisés concorre ao cargo de vice-coordenador.

Atualmente, a coordenação da entidade está a cargo de Moisés Cordeiro.

O Soldado Moisés está licenciado da direção por conta da campanha.

TRAMPOLIM Sobre às críticas que tem recebido sobre a perpetuação à frente da ACS, já que o seu grupo está na direção da entidade desde a sua fundação em 1996, o soldado Moisés tem a defesa na ponta da língua. “Após os movimentos grevistas de 1997 e 2000, os companheiros tinham medo de retaliação por parte do governo.

E nenhum concorrente apareceu”, lembra. “Com isso, nas duas primeiras eleições, em 2001 e 2004, fomos eleitos em chapa única”.

O parlamentar recorda que as duas greves da PM geraram 1,6 mil processos administrativos na corporação, com 24 condenados a prisão por crime militar, 7 excluídos e seis que ainda enfrentam o processo de exclusão.

O soldado Moisés também se sente injustiçado pelas chapas concorrentes ao ser acusado de ter se aproveitado da associação como trampolim para sua carreira política. “Como diretor de imprensa na época das duas greves, fiquei em evidência, e a diretoria me apresentou como candidato naturalmente”, conta. “Estamos mudando a cultura de uma instituição conservadora, até ditatorial.

Fomos presos em 97 e não baixamos a cabeça.

Gostaria de saber onde estavam essas pessoas (os adversários) em 97 e 2000”, bate.

Ele também acusou os adversários de não ter compromisso com a entidade.

Isso porque, segundo ele, ao serem feitas as inscrições das chapas, verificou-se que, tanto na 2 quanto na 3, havia associados com várias contribuições em atraso.

Os integrantes da chapa 2 tinham um débito de cerca de R$ 5 mil.

Os da 3, algo em torno de R$ 1,8 mil. “Como querem dirigir uma associação que eles não colaboram para existir?”, questiona o deputado.

PROPOSTAS Em seu folheto de campanha, a chapa 1 relaciona 34 conquistas obtidas desde a fundação da ACS em 1996.

Também lista outros oito pontos que estão em negociação com o governo.

Para o próximo mandato, são dez as propostas: 1.Convênio com a AABB para 40 cidades, estendido a todos os associados e dependentes; 2.Compra de um clube de campo; 3.Realização de cursos profissionalizantes; 4.Convênios com faculdades e colégios em todo o EStado; 5.Criação de uma casa de apoio para os associados do interior que visitam a capital; 6.Luta para ampliação do número de vagas no Colégio da Polícia Militar. 7.Criação do Colégio do Bombeiro; 8.Auxílio-natalidade; 9.Impalntação de novas subsedes da ACS em cidades do interior.

Atualmente existem apenas as de Caruaru e Petrolina. 10.Oferecimento de atividades esportivas aos policiais, bombeiros e seus familiares.

As eleições da ACS estão marcadas para o dia 31.

Leia o que já publicamos sobre o assunto aqui.