O lixão da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, sem capacidade de receber mais dejetos, deve ser interditado em dez dias pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Pernambuco (CPRH), de acordo com recomendação emitida nesta quinta-feira (24) pela Promotoria de Defesa do Defesa do Meio Ambiente da Capital.

O local, que já foi alvo de termos de ajustamento de conduta, hoje não possui sequer o licenciamento ambiental necessário.

De acordo com o promotor Geraldo Margela, o chorume (matéria líquida que sai do lixo) não é tratado e acaba poluindo o rio Jaboatão, especialmente quando chove.

Isso causa uma série de conseqüências graves e, muitas vezes, irreversíveis às saúdes ambiental e humana.

As pessoas mais afetadas diretamente com o problema são os cerca de mil e quinhentos catadores de lixo que tiram sua renda da Muribeca. “O lixão da Muribeca não pode ser utilizado em hipótese alguma.

Ele nem mesmo deveria ser chamado de aterro controlado, pois não existe nenhum cuidado técnico no tratamento do lixo que é despejado ali.

Tudo que fazem é colocar terra por cima de terra”, afirma o promotor do meio ambiente, Geraldo Margela.

O promotor informa que existe um aterro totalmente regularizado situado em uma área contígua ao Lixão da Muribeca (onde fica o lixo de Jaboatão) e que teria capacidade de absorver o lixo do Recife. “O problema é que esse aterro é privado e utilizá-lo significaria um aumento nos gastos públicos.

Mas se essa for a única solução, deverá ser tomada”, anuncia o promotor ao lembrar, em seguida, que essa situação poderia ter sido evitada, caso o lixão da Muribeca não tivesse sido negligenciado.

De acordo com Margela, Governo do Estado, prefeituras do Recife e de Jaboatão e a CPRH já assinaram um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para resolver esses problemas.

No entanto, nada que foi determinado no acordo foi cumprido até hoje.

Do site do MPPE