BRASÍLIA - O que há de comum entre o apagão de energia elétrica e o fracasso do Programa de Aceleração do Crescimento?
Segundo o vice-presidente do Democratas, deputado José Carlos Aleluia (BA), a presença da ministra Dilma Rousseff sugere a crise energética e o pífio desempenho do PAC. “O presidente da República elegeu a senhora Dilma Rousseff para comandar projetos fundamentais para que o Brasil volte a crescer de forma compatível, no ritmo de outros emergentes.
O PAC seria a locomotiva do crescimento.
Em 2007, o governo gastou pífios 27% do previsto, o que explica a falta de energia e o apelo desesperado a São Pedro para que faça chover”, diz Aleluia.
Para o democrata, o atraso sistemático de obras de infra-estrutura imprescindíveis para suportar o crescimento da economia revelam que a ministra Rousseff não é a pessoa indicada para gerenciar projetos tão relevantes. “Dilma Rousseff é uma gestora incompetente”, observou Aleluia.
O modelo concebido por Rousseff e seus parceiros para o setor elétrico, segundo Aleluia, resultou num fracasso “retumbante”. “Além do mais, a ministra desajustou as agência reguladoras, afastando investidores privados, nacionais e estrangeiros, que jamais participariam de um jogo com regras indefinidas.
Como o governo pouco investiu e não fez as obras necessárias para fazer a economia deslanchar, perdemos o bonde do crescimento internacional e agora vamos pagar o preço da desídia, porque a economia mundial está em processo de desaceleração”, declarou.
Aleluia lembrou que a falta de investimentos em infra-estrutura – portos, rodovias, aeroportos – é ainda mais evidente quando se analisa a questão energética.
Ele diz que embora a Petrobras esteja descobrindo novos poços de petróleo e gás, o resultado prático dessas descobertas só beneficiará o país dentro de aproximadamente uma década. “O mais grave é a falta de energia elétrica, que levou empreendedores brasileiros a buscarem oportunidades fora do país.
A série de obras projetadas em governos anteriores, que o governo Lula postergou irresponsavelmente, sob os auspícios da senhora Rousseff, impede que o Brasil cresça sequer próximo da média de outros países emergentes”, criticou Aleluia.
Para Aleluia, a suspensão da construção da Usina Angra III; a paralisação dos trabalhos de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte; o atraso em pelo menos quatro anos do avanço do Proinfra (programa de produção de energia renovável - biomassa, principalmente bagaço de cana, eólica, solar e pequenas centrais hidro elétricas); e a demora de dois a três anos nas licitações das usinas hidrelétricas do Rio Madeira apontam para a falta de compreensão da ministra Rousseff da importância dessas obras para que o Brasil acompanhasse os passos de um mundo globalizado que cresceu de forma esfuziante nos últimos cinco anos. “Estes cinco anos coincidem com a era Lula. É um desalento comparar a situação do Brasil com outras nações.
A China acaba de anunciar um crescimento da economia superior a 11% em 2007.
Rússia, Índia, Turquia e até o Chile e a Argentina, todos, sem exceção, cresceram ao redor de 7%.
O Brasil, sob Lula e Rousseff, cresceu a uma média medíocre de 3%.
O que acontecerá agora, com a crise internacional, ainda não se sabe, mas certamente o Brasil, que não conseguiu seguir os passos de outros emergentes, permanecerá distante de seus concorrentes diretos”, lamentou Aleluia.