Brasília - Uma crise mais concreta nos Estados Unidos afeta diretamente quase todos os países do mundo, incluindo o Brasil.

A avaliação é do professor Frederico Jaime Júnior, chefe do Departamento de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Com certeza, se os Estados Unidos entrarem em recessão, não só o Brasil, mas todos os países emergentes e europeus vão sofrer com isso, porque os Estados Unidos são um dos principais demandantes de produtos do mercado mundial”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.

A ameaça de recessão nos Estados Unidos é causada por uma crise no mercado imobiliário do país.

A grande inadimplência do setor iniciou grandes preocupações com a viabilidade das hipotecas de alto risco.

Jaime Júnior explicou que se os Estados Unidos diminuírem as importações de outros países, como a China, o Brasil vai ver suas exportações desacelerarem. “Mas ainda não dá para ter uma visão clara do efeito dessa crise norte-americana”, completou.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já sofre com a ameaça da recessão.

Ontem (23), a Bovespa fechou com baixa de 3,32%, acumulando perda no ano de 15,11%.

Até agora, calcula-se que já saíram R$ 4,5 bilhões em capital externo.

Mas quem não investe em ações também não está a salvo dos efeitos de uma recessão norte-americana.

O professor explica que será difícil manter as taxas de crescimento previstas para 2008 no Brasil se o mercado norte-americano não reagir.

O principal efeito para os trabalhadores é a diminuição no número de empregos, com conseqüente aumento do desemprego. “Uma eventual queda no crescimento tem impacto direto no emprego.

Com menos emprego isso vai afetar o cidadão comum porque eventualmente parte destes cidadãos poderá vir a perder o emprego”, afirmou.