Da Folha Online, em Brasília Sem ambiente político no DEM e pressionado pela cúpula do partido, o empresário Edison Lobão Filho (DEM-MA) –suplente e filho do ministro Edison Lobão (Minas e Energia)– deve deixar a legenda nos próximos dias.

Antes de anunciar a decisão, ele quer consultar suas bases e ouvir políticos experientes sobre os caminhos a seguir na política.

Nesta quinta-feira, ele conversou por telefone com o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

Segundo Agripino, é insustentável manter Lobão Filho no DEM, uma vez que seu pai ocupa um cargo no primeiro escalão do governo.

Lobão Filho também ouviu de Agripino que deveria prestar esclarecimentos sobre as denúncias que o envolvem o mais rápido o possível.

O empresário ficou de pensar sobre as sugestões.

Até lá, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que aguarda as explicações do empresário, mas desde já confirma a tese de Agripino. “Ele [LOBÃO FILHO]foi informado que a questão política não tem solução”, afirmou Maia. “Estou esperando que ele me procure.

Se quiser prestar esclarecimentos, estarei à disposição”, disse.

A expectativa do DEM é que Lobão Filho chegue a Brasília na próxima segunda-feira.

Até ontem, ele estava de férias nos Estados Unidos.

De lá, ele não entrou em contato com o comando de seu partido.

Mas mandou interlocutores informarem que prestaria esclarecimentos.

Acusado de usar laranja para sonegar impostos, ser sócio oculto em uma empresa de bebidas e ainda cometer irregularidades na venda de uma emissora de TV no interior de Alagoas, Lobão Filho negou as denúncias.

O empresário é esperado na próxima semana para apresentar sua defesa ao Senado e também tomar posse na vaga deixada pelo pai.

Ele tem prazo de 60 dias para assumir a cadeira e mais 30 dias de prorrogação –desde que justifique motivos para a prorrogação.

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que ainda não recebeu comunicado algum de Lobão Filho sobre sua posse.

Já o ministro Lobão disse que filho deverá assumir a vaga e depois licenciar-se para fazer sua defesa.