O movimento feminista de Pernambuco e a Rede Feminista de Saúde estão solicitando que as secretarias de Saúde do Estado e dos municípios apresentem as ações de prevenção às DST/Aids e à gravidez indesejada a serem adotadas no período de Carnaval.
Estas articulações locais e nacionais encaminharam às gestões, desde o ano passado, ofícios e o resultado de uma pesquisa, realizada na capital pernambucana, a qual demonstra a necessidade de implementação de ações específica de prevenção da gravidez não planejada, indesejada e de abortos inseguros, através do repasse de informações para profissionais e para a população, além da disponibilização da Contracepção de Emergência nos serviços de saúde.
Apenas o Recife encaminhou resposta.
Segundo as entidades, as ações de prevenção devem ser pensadas em diferentes frentes, assegurando à população acesso a informação, às camisinhas masculinas e femininas e também às pílulas do dia seguinte. “Nenhum método é 100% seguro para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis nem de uma gravidez. É preciso incentivar o uso da camisinha e garantir o acesso ao mesmo, mas também temos que considerar que há um alto índice de abuso sexual durante o carnaval, além da ingestão do álcool, favorencendo as relações sexuais desprotegidas.
Nestes casos, deve existir a oferta da contracepção de emergência”, afirma Sueli Valongueiro, do Grupo Curumim.
Os movimentos questionam o silêncio das secretarias de saúde com relação ao repasse destas ações no período momesco e acreditam que as crenças religiosas não devam interferir nas políticas. “Vivemos em um país laico, no qual as pessoas professam diversas religiões e onde a política e a religiosidade não devem se misturar.
O uso da camisinha não é pecado.
A contracepção de emergência não é abortiva, pois é utilizada antes do óvulo ser fecundado.
Para a ciência só existe gravidez a partir deste momento.
Vale lembrar que a ciência é para todos e uma determinada crença religiosa só para alguns, não podendo as ações de prevenção serem pensadas apenas para alguns”, conclui Valongueiro