Do G1 O vereador Cláudio Roberto Insaurriaga (PV), o Cururu, fez na manhã desta terça-feira (22) um ritual de “exorcismo” na Câmara de Vereadores de Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, para neutralizar o “vodu” encontrado na Casa na semana passada.

Na última quinta-feira (15),foram encontradas dentro de um pequeno caixão na Câmara da cidade algumas bonecas, afixadas a fotos de vereadores, incluindo os cinco integrantes da mesa diretora.

Em entrevista ao G1, Cururu, que durante o “exorcismo” estava vestido com uma túnica branca, com crucifixo no peito e uma coroa na cabeça, disse que fez “um ritual de dez minutos, já que o trabalho que havia sido realizado na Câmara era de extrema maldade”. “Dentro da minha crença religiosa, e eu sou cristão, eu levei aquele trabalho para um especialista em magia negra, e ele me confirmou que aquilo era um trabalho pesadíssimo, chamado de boneco de vodu, que tinha o objetivo de até proporcionar a morte daquelas pessoas que estavam alfinetadas”, afirmou Cururu.

O vereador disse que decidiu fazer o “ritual de exorcismo, pois se sentiu atingido pelo vodu”. “Foi um ritual onde eu desfiz os bonecos, tirei os alfinetes e cortei a cabeça dos dois autores.

Depois, botei tudo dentro do caixãozinho e enterrei dentro de um caixão maior, um caixão da paz.” O presidente da Câmara de Vereadores, Otávio Martins Soares (PSB), que não estava no plenário, já que ocupa o cargo de prefeito em exercício de Pelotas - o titular Fetter Júnior tirou férias -, disse ao G1 que o “exorcismo” foi um “espetáculo circense” e que pode ser aberto um processo contra Cururu. “Eu vejo isso com preocupação.

Como já falei, parece que Pelotas virou a Câmara de Sucupira (da novela \O Bem-Amado).

Para mim, isso caracteriza falta de decoro parlamentar”, disse Soares, que evitou fazer comentários sobre a sessão de “exorcismo” protagonizada pelo colega. “Eu não gostaria de me posicionar, pois, no momento, o presidente da Câmara é o primeiro vice, Adalim Medeiros (PMDB), mas isso me entristece, me aborrece, porque ser protagonista de um episódio desses é valorizar muito o que aconteceu”, afirmou Soares.

Cururu, no entanto, minimizou a possibilidade de sofrer um processo por quebra de decorro. “Eles até podem tentar a cassação política, mas quem está sendo discriminado sou eu.

Eu fiz uma coisa em que eu acredito”, destacou o parlamentar. “Tirando três vereadores, todos os outros querem me ver longe da Câmara, porque eu luto contra o nepotismo, para acabar com diárias e passagens para vereadores, para diminuir a verba para telefone.

Eles querem me tirar porque estou incomodando demais”, acrescentou.