Na testa Posse de Edison Lobão no cargo de ministro laranja, com o honroso testemunho de Paulo Maluf e, melhor ainda, a exibida felicidade de Lula pelo acréscimo de qualidade frutificante que deu ao governo e à sua Presidência.

Sem que isso reduza esta constatação: nomear Edison Lobão com a crença, como faz Lula, de que está solucionando os problemas com sua “base” no Senado, é um ato de desinteligência política extremada.

O desgaste que, por si mesmo, Edison Lobão já causou a Lula e ao governo, por receber na mais plena ignorância o problema interno mais inquietante - o risco de apagão energético-, tem preço impagável na opinião pública.

Mas Lobão não está só.

Com ele, emergiu uma situação embaraçosa e mais agitadora no Senado, com a posse ou não-posse do suplente Edinho Lobão enrolado em denúncias, acusações, suspeitas e investigações.

E quem lançou o Senado em tal situação foi Lula, o desejoso de fortalecer-se por lá.

Para arredondar a desinteligência política, é incrível que Lula & cia. não tenham notado o mais visível: a nomeação de Edison Lobão é indiferente aos insubordinados dos partidos da “base”, os que não se sujeitam à orientação do Planalto.

Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon, Mozarildo Cavalcanti, Mão Santa, que têm subvertido os esquemas governistas, com outros eventuais, tendem agora a posições ainda mais distantes do governo.

A tese de que Lula precisou agradar ao senador José Sarney encontra três respostas: o custo foi muito alto, haveria soluções bem mais baratas; Roseana Sarney recebe do governo o destaque mais relevante no Congresso, e José Sarney não ficaria contra Lula, muito menos por Edison Lobão.