Do UOL Sob o comando da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo federal apresentou nesta terça-feira o balanço de um ano do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento.

Dos 2.126 empreendimentos do programa, 86% estão em ritmo adequado, segundo o governo, 12% exigem atenção e outros 2% estão em estado preocupante.

Dos R$ 16,5 bilhões previstos para o PAC em 2007, apenas R$ 4,5 bilhões foram efetivamente gastos.

O governo comemorou os números.

Além de Dilma, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda) participaram do evento.

Eles atribuíram ao PAC parcela de contribuição no crescimento da economia brasileira.

Dilma anunciou ainda uma série de obras que serão licitadas e concessões que serão feitas nas áreas de logística, energia, social e urbana. “Teremos obras por todo o país”, disse Dilma.

A ministra negou que seja candidata à sucessão de Lula em 2010.

Para especialistas ouvidos pelo UOL News, o PAC faz um diagnóstico mais eficiente dos problemas de infra-estrutura do Brasil, mas peca em outros aspectos como, por exemplo, a burocracia para que as obras comecem a ser executadas e a participação ainda modesta da iniciativa privada. “É preciso maior participação do setor privado e isso só vai acontecer quando o governo tomar consciência de que precisa fortalecer as agências reguladoras.”, disse o professor de macroeconomia da USP (Universidade de São Paulo) Carlos Eduardo Soares Gonçalves.

Para presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústria de Base), Paulo Godoy, o modelo de gestão do programa é bom, mas a burocracia do setor público ainda atrapalha. “Há excessiva burocracia. É necessário modernizar a legislação e as regras de funcionamento das instituições públicas, sem perder a necessidade de haver uma boa fiscalização e transparência.

A burocracia não resolve o problema da transparência”, disse Godoy.

Além dos números do PAC, os ministros aproveitaram o evento para tentar amenizar a preocupação com temas que, no momento, incomodam os brasileiros, como a crise na economia norte-americana e o risco de um racionamento de energia. “O país nunca esteve tão sólido para enfrentar uma crise”, afirmou Mantega.