Da Austin Rating O presidente dos Estados Unidos, George W.

Bush, realizou pronunciamento hoje (18/jan) explicando, em linhas gerais, as medidas do pacote fiscal que a Casa Branca enviará ao congresso norte-americano.

A priori, as medidas focam estímulo aos indivíduos por meio da restituição fiscal e às empresas por incentivos fiscais.

O plano de Bush sozinho não é suficiente para evitar uma recessão na maior economia do mundo.

No entanto, devem-se considerar as ações do Federal Reserve (Fed) com os cortes das taxa de juro básica e taxa de redesconto, que deve ocorrer novamente no final deste mês, bem como do Tesouro com as operações de liquidez no overnight.

As ações do Fed e do Tesouro têm por objetivo principal controlar e acomodar a crise no sistema financeiro, em particular no mercado de crédito, e estancar a sangria das grandes corporações financeiras.

Já a ação do governo tem como objetivo estimular a economia para que não haja o registro de recessão, principalmente em um ano de eleições presidenciais.

Os efeitos para o Brasil são mais evidentes no mercado financeiro, com registro de forte queda da bolsa e moderada desvalorização do Real frente ao dólar.

Vale destacar ainda que os Estados Unidos representam aproximadamente 17% da pauta de exportação brasileira e, portanto, caso haja deterioração no rumo da maior economia do mundo, será inevitável que o Brasil fique ileso.

Porém, apesar de o risco do registro de recessão nos Estados Unidos ainda ser significativo, não se trata de um colapso, pois as expectativas dos consumidores não foram afetadas de forma significativa, preservando o motor da economia que é o consumo privado (representa algo em torno de 60% do PIB).

Ademais, cremos que as ações do Fed, Tesouro e governo surtirão efeitos mais contundentes ao longo do primeiro semestre de 2008, podendo, inclusive, a economia norte-americana já estar preparada para uma retomada no segundo semestre, mesmo que em ritmo lento e intensidade moderada.

Com isso, ainda veremos muita volatilidade nos ativos financeiros domésticos ao longo do primeiro trimestre, com tendência de redução ao longo do segundo trimestre, na medida em que as notícias sobre a saúde financeira e econômica dos Estados Unidos sigam o cenário traçado pela Austin Rating de “soft landing”.