Do site do MPPE O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu denúncia por homicídio duplamente qualificado e tentativa de estupro contra os irmãos Marcelo José de Lira e Valfrido Lira da Silva, ambos acusados pelo assassinato das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão.
O crime aconteceu no dia 3 de maio de 2003 no município de Ipojuca.
A denúncia dá início ao processo penal contra os dois, que deverão ser submetidos a júri popular.
Em documento à parte, o MPPE pediu a prisão preventiva, concedida ainda ontem pela juíza de Ipojuca Luciana Maria Tavares de Menezes.
Marcelo foi preso na manhã desta quinta-feira (17).
Valfrido está foragido.
Uma vez que homicídio qualificado é um crime hediondo, Marcelo e Valfrido não terão acesso à fiança ou liberdade provisória.
Caso sejam condenados, a pena será cumprida integralmente em regime fechado.
A denúncia foi assinada pelos promotores de Justiça Ricardo Lapenda Figueiroa (promotor criminal da Capital junto à Primeira Vara do Júri) e Salomão Abdo Aziz Ismail Filho (substituto da Vara Criminal de Ipojuca).
Depois de analisar os inquéritos policiais produzidos pelo Grupo de Operações Especiais, Polícia Federal e Delegacia de Homicídios, eles consideraram haver provas materiais e testemunhais suficientes para atribuir o crime aos irmãos Marcelo e Valfrido.
Na denúncia, são citados em especial 30 documentos, entre laudos, fotografias, perícias, autos de reconhecimento, exame de confronto balístico, dentre outros, produzidos pelas três autoridades policiais.
Na opinião dos promotores, o material é suficiente para comprovar que, na noite do crime, as adolescentes entraram na Kombi placas KIC-2182 com a qual os acusados realizavam transporte alternativo, com objetivo de chegar à casa onde estavam hospedadas em Serrambi.
Segundo o MP, ao invés de se dirigir à praia, os acusados seguiram por uma estrada local para o Engenho Jenipapo, onde agrediram fisicamente as vítimas com a finalidade de estuprá-las. “As adolescentes reagiram e foram assassinadas a tiros para que não denunciassem a tentativa de estupro às autoridades.
As provas da tentativa de estupro são circunstanciais: além do próprio desvio de itinerário, os corpos das adolescentes foram encontrados com as roupas removidas”.