O promotor Miguel Sales, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que acompanhou as investigações sobre o assassinato das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, disse há pouco, ao Blog, que não fala mais sobre o tema.

Ele contou que, no final da tarde desta quinta (17), foi informado extra-oficialmente de que seria afastado do caso. “A decisão deve ser publicada amanhã (sexta, 18), no Diário Oficial do Estado”, afirmou. “Por esta razão não devo mais falar sobre isso”.

Como já amplamente divulgado, Sales tem posição contrária à dos promotores Ricardo Lapenda Figueiroa e Salomão Abdo Aziz Ismail Filho, recentemente indicados pelo MPPE para também atuar no acompanhamento das investigações.

Lapenda e Aziz decidiram encaminhar denúncia à Justiça contra os irmãos kombeiros Marcelo José de Lira e Valfrido Lira da Silva, pedindo que sejam julgados por homicídio duplamente qualificado e tentiva de estupro.

Sales, que chegou a devolver o inquérito a polícia por várias vezes, ainda não se convenceu de que existam provas para incriminar ninguém.

Os depoimentos de três novas testemunhas juntaram-se aos de outras 178 pessoas que foram ouvidas no inquérito, já com 43 volumes.

As adolescentes Tarsila e Maria Eduarda teriam sido vistas entrando em uma Kombi em frente à Padaria Porto Pão, em Porto de Galinhas, Ipojuca, por volta das 18h30 do dia 3 de maio de 2003.

Na época, elas tinham 16 anos.

Os corpos foram encontrados dez dias depois em um canavial em Camela.

Leia o que publicamos nesta quinta sobre o assunto aqui.