Estimado amigo e jornalista Jamildo, Em respeito à estrita verdade, solicito do estimado amigo que faça incluir na edição de amanhã alguns esclarecimentos que devem ser feitos ao seu blog de 14.01.2008.

Necessário esclarecer que não existiu distribuição de dinheiro e, sim, como um puro ato de solidariedade humana a uns favelados que tiveram seus parcos utensílios reduzidos a cinzas, diante do incêndio, absolutamente circunstancial e que não tive conhecimento prévio, ocorrido na favela dos Coelhos – Comunidade Beira-Rio -, dei, na mão de um morador, que a nado se dirigiu ao barco para pedir ajuda (alegando que não tinha sequer café da manhã), uma única cédula de R$ 20,00.

Outro morador também se dirigiu ao barco a nado e pediu meu cartão para ter um contato posterior, no que entreguei na sua própria mão.

Preocupado com a aproximação de um terceiro morador ao motor do Catamarã, lancei no Rio apenas uma única cédula de R$ 10,00, tendo em vista que ele argumentava que também estava sem comer e tinha perdido tudo com o incêndio.

Relato o episódio porque não fui flagrado em qualquer ato proibido por lei.

Auxiliar o próximo, não é crime! É dever, sobretudo nessas circunstâncias de comoção naquela comunidade.

Só é flagrado aquele que está cometendo um delito às escondidas.

Não fiz nada escondido para ser flagrado.

Pelo contrário, estava filmando, fui fotografado e dei entrevistas.

Como posso ser flagrado ao meio dia e na frente de centenas de pessoas?

Jamais posso ser acusado de ter me aproveitado da lamentável tragédia que é a miséria que assola essas famílias.

Muito menos de me aproveitar da cena grotesca de um incêndio de barracos.

Tão somente, solidarizei-me.

Como um cristão que sou.

A incursão náutica foi programada na véspera, para se realizar no dia seguinte, com saída às 10:00 h, no Marco Zero.

Somente tomamos conhecimento do incêndio, já durante o percurso, por outros moradores da proximidade, quando ultrapassamos a Ponte Velha.

Só há uma versão para os fatos e é esta.

Os primeiros vinte reais dei na mão do morador, faminto e enlameado.

Os dez reais seguintes lancei na água para evitar que os demais moradores também se aproximassem do barco, o que poderia se transformar em um grave acidente.

Imediatamente, nos retiramos, em virtude da chegada do Corpo de Bombeiros ao local.

Concluindo estimado amigo, a filmagem estava programada pelo Venerável João da Costa da loja maçônica (Luz da Acácia n. 11) da qual pertencemos (Eu e o Vereador Luiz Vidal). É oportuno lembrar que a maçonaria prega, dentre outros atributos, a solidariedade, a fraternidade e a igualdade entre os homens.

Com o máximo respeito e profunda admiração, Seu amigo Clóvis Corrêa