Após liberar R$ 3 milhões para financiar o desfile da Mangueira – que este ano terá como tema os 100 anos do frevo –, o Prefeito de Recife, João Paulo (PT), falou ontem pela primeira vez sobre a crise que envolve a escola carioca, acusada pela polícia fluminense de envolvimento com o tráfico de drogas no Rio.
Em entrevista coletiva sobre a organização do Carnaval 2008 no Recife, concedida pela manhã, no Forte das Cinco Pontas, o prefeito afirmou não acreditar que a suspeita comprometa a imagem da capital pernambucana e acrescentou que o dinheiro investido na escola, uma das mais importantes do Rio, trará retorno à cidade.
O prefeito disse ter escolhido a Mangueira para patrocinar por se tratar da escola mais tradicional do Carnaval carioca e afirmou que o dinheiro investido será multiplicado, devido à mídia espontânea. “A parceria coloca o Recife num patamar bom de divulgação.
Temos encarado como um investimento também no turismo.
Recife vai ser mostrado para o mundo”, avaliou João Paulo. “A polícia está fazendo seu trabalho e Tuchinha (Francisco Paulo Testas Monteiro, autor do samba-enredo da escola e apontado como líder do tráfico no morro) já foi afastado da Mangueira.
Não acredito que isso comprometa nem o Carnaval da Mangueira nem o do Recife”, destacou.
Ele também disse compreender as dificuldades pelas quais a escola carioca passa, mas acredita no trabalho “sério” que a Estação Primeira desenvolve, sobretudo na área social. “Isso não manchará a imagem de uma das escolas de samba mais tradicionais e queridas do Brasil”, complementou o prefeito.
No último dia 8, a polícia fluminense realizou uma operação no morro da Mangueira para, entre outras coisas, prender Tuchinha.
O suspeito, porém, não foi encontrado e continua foragido.
Os policiais acreditam que ele utiliza a quadra da escola como uma espécie de “escritório” do tráfico e investiga a existência de uma suposta passagem secreta para que traficantes tenham acesso aos ensaios sem serem notados pela polícia.
Da redação do JC, com agências